Pra eu poder te observar e entender como alguém do teu tamanho pode ocupar tanto espaço no colchão.
Pra eu admirar o jeito que você segura o edredom, fazendo uma trouxinha com a ponta dele, como se o cobertor fosse a tua maior proteção.
Pra eu poder sentir o teu cheiro e corpo junto ao meu por mais tempo, pra sentir o teu calor e começa uma batalha contra o ventilador.
Eu podia ter demorado mais para sair da cama.
Pra gente poder brincar com os cobertores e com as luzes apagadas se guiar pelo tato. Buscando o limite dos nossos corpos e aumentando gradativamente a temperatura debaixo do edredom. Pra gente suar um pouco e cumprir a promessa de se exercitar no final
de semana.
Pra eu poder colorir um pouco o teu corpo e depositar tons vermelhos pelo teu tronco, pernas e costas.
Eu podia ter te beijado por mais tempo.
Pra sentir todo o fervor da tua boca e ficar sonhando acordado, provavelmente ficaria com a minha já tão característica cara de bobo, por uma semana, até eu te ver de novo.
Pra tirar cada pedaço da tua roupa e torcer pra que entre as jogadas pra trás elas não derrubassem as taças da bancada.
Pra sentir o teu gosto depois de morder o teu lábio e ver teu riso abrir antes dos teus olhos tão lindos quando a dona.
Eu podia ficar até o amanhecer.
Pra te fazer café e te ouvir reclamar que eu só bebo nescau. “Você parece criança” diria a adulta usando meia rosa e blusa da Disney.
Pra deitar de novo contigo e colocar algum filme na TV. “Para quieto!” Você ia falar depois que a minha boca reencontrasse o caminho do teu pescoço e, em vão, tentarei controlar o percurso da minha mão, evitando que eu me animasse.
Só pra eu insistir um pouquinho mais, você sorrir e falar que eu não presto, puxando o cobertor pra cima enquanto sobe no meu colo e joga o cabelo pro lado.
E eu podia ter escrito mais.
Mas imaginação tem limites e essa história só vai existir quando você parar de enrolar e vir logo aqui.
Ok?
@brunoamador