Essa talvez seja uma das cartas mais sinceras que já escrevi.
Ao teus beijos,
Espero que venham.
Mesmo que não apareçam o tempo todo, até acho mais gostoso, que – assim como as tuas mensagens – surjam de forma esporádica na minha frente. Portando boas notícias e uma dose de sorriso tão necessária pra quebrar a seriedade estressante que a vida costuma impor. Viver é muito sério e coisas leves, como seus beijos, sempre serão bem-vindas.
E não vejo problemas em se apresentarem das formas mais variadas, com gosto de cerveja, morango, pêssego, ou – se você quiser ir um pouco mais longe – de café. Desde que não se apresentem tarde demais, porque nem sempre sou o último a ir embora dos lugares. Mas não possuo problemas caso decidam aparecer no escuro, entendo que coisas boas acontecem quando a luz esconde o excesso de pudor que todo mundo possui.
Os teus beijos são diferentes e surgiram assim como ti por aqui; embriagados, sem vergonha e de surpresa. Se os encontros não planejados são os melhores, reservo a ti os mais gostosos, impossível que a minha boca e eu estivéssemos de qualquer forma nos teus planos desse semestre.
São diferentes por serem quase uma armadilha, o primeiro inevitavelmente te leva à outros e te fazem querer perder, se não a linha, um pouco do juízo. Beijo bom é o que vem acompanhado de um pouco de loucura e incerteza. Não saber os próximos passos é empolgante pra uma pessoa que costuma ter cada linha planejada. Beijo bom é o que acompanha um riso fácil, é muito maluco você imaginar que é a felicidade, mesmo que curta, de alguém.
Beijo bom é o que tem uma mordida, bem leve no lábio.
Por isso espero que eles, como poucas coisas na minha vida, sejam em excesso, já que de comedidos bastam os movimentos das minhas mãos com tantos olhos observando.
Mãos, que assim como teus beijos, andam um pouco tímidas, talvez seja preciso levá-los (as mãos e os beijos) para caminhar e conversar um pouco, em algum canto mais reservado, afastado dos olhares em demasia que quase sempre insistem em nos cercar.
E com o parágrafo anterior criei a deixa perfeita para fechar essa carta convidando-os a conhecer meu Quarto. Mas acredito que seres extraordinários requerem medidas igualmente extraordinárias, por isso diferente de tantos textos, esse aqui não vai acabar no Quarto, ah não, esses beijos são bons demais para se limitarem à tela do teu celular.
(Se você não notou, Quarto com “q” maiúsculo se refere ao blog, rs)
Diferente dos teus olhos quando você sorri, essa carta terá um final aberto. Você decide o rumo dos próximos beijos, desde que eles venham. Com gosto de morango, pêssego ou café; embriagados, sem vergonhas, inesperados e teus.
Assim como cada uma dessas linhas.