Ela nunca me prendeu, sabe? Era um gostar diferente. Deixava eu seguir livre meu caminho e de tanto andar sozinho, acabei notando que meus caminhos eram mais gostoso quando também eram dela. E acho que ela sempre soube disso, confiava que em algum momento as curvas da vida me levariam de volta ao seu olhar, aos seus braços, a sua boca.
E que boca ela tinha. Falava muito e em poucos minutos já havia relatado todo seu ódio pela burrice humana. Não poupava palavras, palavrões fazem parte do seu vocabulário desde que a conheci. Sua primeira frase dirigida à mim foi “Porra, era tequila!” logo após pegar um shot que distribui pela festa.
Falando em festa, essa ariana sabe farrear (desculpa a expressão +40 anos) como poucas pessoas nesse mundo. O caos em forma de garota, passava com um furacão, deixando no ar seu perfume e copos vazios. Chamava a atenção, não por querer, mas porque era inevitável não sentir a sua presença, acho que apenas o fato de respirar próximo à ela, te reprovaria no bafômetro, não que ela beba muito, mas é inegável sua inflamabilidade.
Provavelmente por ser fogo, com a menor faísca explodia. Calma nunca foi seu forte.
E por ser fogo, me aquecia.
E por ser fogo, precisava de espaço para se manter. Por isso sempre fazia questão de insistir na liberdade. Não podia cobrar por algo que não daria, de tanto caminharmos soltos acabamos nos perdendo. Sua chama cresceu e mesmo de longe, ainda consigo vê-la daqui, de vez em quando ilumina meus caminhos, me lembrando que alguns deles são melhores quando percorridos acompanhados.
Por ser fogo, me deixou algumas queimaduras, com o tempo sararam e viraram lembranças. Lembranças que de vez em quando me arrancam um sorriso, e servem de refugo quando as coisas desandam, lembranças que de vez em quando ardem e aquecem os dias mais frios.
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