Sabe, de um tempo pra cá passei a encarar a vida de um jeito muito mais simplista. Meu eu mais jovem, gostava de fazer grandes planos, viver grandes amores e buscar razões mirabolantes para tudo que acontecia. Era muito mais ansioso e olhava pra frente acelerando, sempre no limite.
Não sei exatamente quando isso aconteceu, mas aos poucos comecei a reconhecer que nunca iria ter pleno controle de todos os aspectos da minha vida. E mais velho, passei a entender como cada acontecimento influenciou em quem sou hoje. Se meu namoro não tivesse terminado há 4 e meio, nunca teria começado a escrever e se um ano depois, não tivesse tido uma senhora desilusão amorosa, esse blog não existiria. Por consequência muito do que me aconteceu de bom de lá pra cá, não teria acontecido.
Não conheceria as pessoas que conheci, ou trabalhado nos lugares que trabalhei, não teria colecionado tantas histórias e paixões que viraram contos, poemas e crônicas aqui. Passei a entender que de alguma forma, a vida sabe o que faz. Chame de universo, Deus, não sei, mas as coisas acontecem e você nunca vai saber o porquê olhando pra frente. Apenas ao olhar pra trás.
Esse é um pensamento que ouvi em um discurso do Steve Jobs e só anos depois fui entender. Não adianta lutar contra as imposições que a vida te faz. Até porque são imposições, já aconteceram. A nós cabe respirar e aprender a conviver, seja com términos de namoros, empregos que fomos recusados, planos que se frustaram, pessoas que se foram. Dói, dói muito. E cada um tem seu jeito de lidar com o luto. Ficar sozinho, sair com os amigos, beber, a gente não pode julgar, só quem sofre sabe a dor que tem.
Óbvio que existem limites e ajuda é sempre bem vinda, mas não me venha com conselhos caso eles não sejam pedidos. Antes de aconselhar, demonstre empatia. Perceber que alguém te entende, dá um conforto extremo nesses momentos.
Não nade contra a corrente, respire fundo e tente acompanha-lá. Mar calmo nunca fez bom marinheiro.
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Um Quarto De Palavras 