O teu pôr-do-sol

“Seu cabelo me lembra o pôr-do-sol, sabe?”, falei.

Você sorriu, antes de subir o cobertor e chegar mais perto pedindo pra aumentar o volume da televisão.

É muito díficil eu dar segundas chances, ou re-abrir portas fechadas. Costumo ser muito decidido nesse tipo de coisa. Quem convive comigo sabe muito bem de todas as inconstâncias e idiotices que faço pelas pessoas. Costumo pecar pelo excesso, faço demais e acabo cansando muito rápido, as novidades acabam antes mesmo do segundo ou terceiro mês. E por mais caótica que minha vida amorosa seja, meus pontos em sua maioria, são pontos.

Mas toda regra tem sua exceção, em algumas vezes faço dos pontos virarem reticências, pra continuarmos de onde paramos. Em outras coloco uma vírgula bem embaixo do ponto, assim podemos criar novos capítulos dentro da história.

E contigo foi o segundo caso.

Olhos claros são um ponto fraco declarado desse que vos escreve e talvez eles tenham contribuído um pouco mais do que deveriam para a inserção do novo capítulo. Mas preciso admitir que ficam lindos quando me encaram e te arrancam um sorriso, finalizado por uma leve mordida no lábio.

Tua intensidade sempre teve um encaixe gostoso com a minha, era como se duas chamas se unissem pra provocar um incêndio, controlados pelo abafar dos cobertores e um pouco de suor, uma hora o oxigênio acaba, né? E por falta de ar, acabei abrindo a porta. Você, esperta como poucas, se esgueirou pelas beiradas e não demorou para entrar. Descobriu seu cantinho na minha cama e consequentemente na minha vida.

De pouco em pouco os teus fios ruivos (laranja pôr-do-sol) começaram a pipocar em partes do meu cotidiano, carro, camisa, travesseiro e de alguma maneira chegaram até o meu coração. Não duvido que se olhar bem possa achar algo na cueca, mas pra preservar a tua integridade prefiro me manter em silêncio.

E foi gostoso, não vou negar. Você sabe viver a vida como poucas pessoas que conheci e é uma delícia poder fazer da minha, um pouco tua também. Por mais que ame fazer minhas coisas sozinho, beber costuma ser mais gostoso quando tem a tua boca pra me acompanhar.

Não só beber, ou só a tua boca. Por mais que reclame é inegável o quão gostoso é a tua mão passando pelos meus fios e deixando cada centímetro do meu cabelo de pé. De pé também ficam os meus pêlos quando tua mão passeia pelas minhas costas, peito, barriga…

Não vou pagar de falso romântico e profetizar algum futuro brilhante pra essa coisa, continuo inconstante e meu coração costuma mudar de rumo mais vezes que uma bússola ao perder seu norte. A única certeza que posso te dar é que quando o sol se pôr hoje, espero contar com um os teus fios pra deixar a noite um pouco mais clara. E mais, como praticamente tudo quando tem a tua companhia, gostosa.

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Bruno Amador – clique para me conhecer melhor.

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