Oi, morena.
Tudo bem?
Sei que não te escrevo há algum tempo, ando um pouco sem inspiração por causa da distância que se instaurou entre o meu corpo e o teu e eu até poderia falar nossos corpos, só que você fica toda sem graça quando começo a falar de nós. Seja da gente, seja dos nossos nós (amo fazer essa metáfora), ou dos nós do teu cabelo que desmancham tão fácil depois que minha mão se entrelaça neles.
Desculpa, perdi o foco.
Sei que a distância anda grande e o tempo um pouco escasso, não sou dos mais pacientes e a minha ansiedade costuma entrar em conflito com a tua nesses momentos. Então, no auge da minha plenitude, resolvi fazer o papel de vagarosidade que você sempre desempenhou tão bem.
Notei que você anda meio irritada e sobrecarregada, provavelmente espinhas começaram a pipocar no teu rosto e suas olheiras estão pesadas. TPM, prova, muito trabalho e coisa pra fazer em pouco tempo. E eu te entendo. Não tenho pressa.
Já fui uma pessoa extremamente ansiosa, sabe? Queria tudo na hora e acabava perdendo interesse em pessoas e coisas em espaços curtos de tempo. Mudei de faculdade duas vezes até realmente escolher a certa. Já fiquei um mês em dois empregos e terminei um namoro em duas semanas. As coisas nunca estavam boas o suficiente. Até que aprendi que tudo nessa vida é muito melhor quando vivida devagarinho.
Mais velho, fiquei sem pressa. Perdi parte da minha ansiedade, embora se aflore em momentos de crise, fiquei muito mais paciente e aprendi que às vezes o mundo conspira contra alguns encontros e pode até ter uma razão boa por trás. Talvez pra dar mais vontade, talvez pra amadurecer ou talvez porque simplesmente não dá naquele momento. A vida tem fases e é difícil encontrar duas pessoas que estejam passando pelo mesmo momento.
Por isso acredito que espaço, tempo e calma são essenciais.
Então calma. Respira. Não fico bravo com a tua distância. Não me estresso (muito). Eu entendo. É irônico, mas historicamente, ao menos comigo, as melhores coisas são as que demoram pra acontecer. Demorou até a minha calma voltar a ter um motivo claro. Até os meus textos voltarem a terem um rosto por trás. Demorou até você aparecer. Sei lá, acho que a vida nos prepara pra algumas coisas e ela ainda não criou espaço suficiente pro teu jeitinho desengonçado andar pelos meus corredores. Não que a gente não possa fazer alguns testes de vez em quando, né?
Sempre gostei de olhos verdes, mas os teus castanhos me fizeram achar caminhos novos, pra chegar em linhas que imaginava conhecer tão bem. E através desses caminhos vou tentar descobrir novas maneiras de apaziguar os teus demônios. Ou te fazer sorrir. Falando em sorriso, espero ter te arrancado ao menos um hoje. Ou dois. Até porque, embora eles sejam um pouquinho tortos de vez em quando, são lindos. Assim como você.
Tentei ser fofo, mas só pra não te deixar mal acostumada, vou finalizar o texto te dizendo uma verdade com o meu jeitinho sutil de ser. Eu gosto um pouco de você, otária.
Bruno Amador – clique para me conhecer melhor
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