Foi o que eu disse depois de tomar mais espumante do que deveria a uma amiga no início do ano passado. E falei sério. Eu tinha cansado, sabe? Era tanta decepção, tanto esforço que sempre acabavam excluídos do meu celular depois de alguns meses, admito ter a minha parcela de culpa nisso. Tenho uma queda por pessoas complicadas e acabei “bodeando” de muita gente na busca das complicadas e quando achava as complicadas, eu cansava e desistia. Confuso, né?
Tudo ocorreu muito bem até a segunda semana de 2017. Sorriso largo, cabelos escuros e olhos no mesmo tom. Carinha de quem ia destruir a minha vida. E destruiu. Foram três maravilhosos meses até eu falar de novo “nunca mais vou me apaixonar”. Em abril, descumpri de novo a minha promessa, já conhecia a moça e ficava idiota ao ver seus olhos cor de mel. Lá fomos nós de novo, não durou nem dois meses até a gente beber demais e ela decidir que “não estava pronta para se envolver”.
Não acaba por aí, tiveram algumas outras (inclusive repetidas) no decorrer do ano. Cada paixão com seu gostinho diferente, algumas tinham gosto de tequila, outras de vinho, isso sem falar na atual, essa tem gosto de mar. A peculiaridade é que praticamente todas começaram com aquele doce gostoso de vodca e refrigerante.
Conclui que seria impossível eu nunca mais me apaixonar por alguém. Porque sério, a vida perderia um pouquinho da graça sem todo esse fogo que só a paixão consegue nos trazer. Eu perderia a (in)sanidade de tentar entender as entrelinhas de uma mensagem me esforçando pra saber se ela realmente o “vamos ver um filme hoje?” tinha alguma conotação sexual.
Viver sem ter alguém que as bochechas corem só de ouvir o nome é um pouco chato, vai. As festas seriam mais sóbrias (não sei vocês, mas se eu to junto com alguém é pra encher a cara), os bares mais vazios e os cinemas seriam só pra ver filme. Viver sem se apaixonar é tipo comer morango, é gostoso, mas ficaria muito melhor com chocolate.
A paixão nos faz ser idiotas, insistir em erros, esperar respostas, se iludir e depois de alguns meses passar por isso tudo de novo. Até que um dia a gente acerta, ou não. Só que eu nunca vou descobrir se não continuar tentando. Cabe a cada um aproveitar da melhor maneira os momentos, alguns tiram fotos, fazem vídeos e tem esses imbecis que eternizam suas paixões em textos. É foda, porque quando você escreve sobre alguém inevitavelmente aquela pessoa estará pra sempre viva.
A gente desiste de muita coisa, mas nunca desiste do amor, parte por causa dessa coisa ancestral que temos em perpetuar a raça. Parte porque nós somos meio idiotas, a coisa aqui é que é muito mais legal ficar idiota por alguém do que só ser idiota sozinho.
Só que agora é sério, eu nunca mais vou me apaixonar.
Até amanhã.
Bruno Amador – clique para me conhecer melhor. No Instagram e Snapchat: @brunoamado