(põe a música pra tocar que eu JURO que fica show)
A real é que eu não sabia como começar esse texto.
Ia fazer uma introdução sobre nós dois, mas acabaria me perdendo quando começasse a falar dos teus olhos e prometi a mim mesmo que não iria abrir mais um texto te elogiando, assim como já prometi várias vezes que nunca mais te chamaria pra sair, só que é foda.
Você é complicada demais.
Eu nunca fui uma pessoa paciente, sempre muito ansioso, mal humorado e um pouco chato, queria tudo muito rápido e acabei me relacionando muitas vezes com pessoas iguais a mim. Nunca vi isso como algo ruim, até porque toda a intensidade do meu passado acabou virando história e se não fossem essas histórias provavelmente nunca teria te conhecido. Só que aí, eu te conheci.
Já disse isso, mas pra quem não acompanha, repito: realmente acreditei que você seria brisa passageira, alguns beijos e tchau, só que, velho. Logo de cara entendi que o teu ritmo era um pouco mais devagar que o meu. Completamente oposta a todas garotas que já havia conhecido até então e acho que isso foi uma das coisas que me atraiu.
Teu riso contido, tuas bochechas vermelhas e esses olhos que mais parecem duas jabuticabas, me fizeram reformular qualquer ideia pré-concebida sobre ti e começar a querer entender melhor os teus detalhes. E não vou me esquecer do dia que tirei essa conclusão. Foi logo depois de (tecnicamente) roubar o nosso primeiro beijo. Completamente sem jeito, sem reação e sem palavras, tua boca ficou em silêncio por alguns segundos até entender o que tinha acontecido. Foi bem estranho, mas – na medida do possível – fofo.
Não vou mentir, o beijo foi horrível. A sua timidez te dominou de uma forma absurda e você simplesmente travou.
De coração, não tenho ideia do que aconteceu comigo aquele dia, só que algo em ti botou na minha cabeça que eu precisava ter paciência, virou uma chavinha, sabe? E lá fui eu. Ou fomos nós, não sei. Mensagem vai, mensagem vem e entre uma mensagem e outra comecei a perceber as tuas entrelinhas. Flertar contigo era tarefa (ainda é) praticamente impossível. Você não corresponde, não responde e – na maioria das vezes – não entende.
Foi depois de um tempo que percebi o quão complicado seria me meter contigo. Só que nessa altura, eu já tava completamente inserido na tua vida. E sério, depois de alguns beijos você entenderia como seria extremamente díficil sair dela. É fato que em um a cada dois dias o meu maior desejo é excluir o teu número do meu celular. Só que cara, quando o assunto é ao vivo, só eu e você, sem ninguém pra ficar observando (porque você odeia ser vista em público comigo) é diferente.
E óbvio que mesmo ao vivo continua sendo complicado. Até porque se não fosse, não estaria falando de você. No momento que os beijos começam a tomar aquele rumo de Beijo você se afasta, respira e tenta puxar papo. Não sei se por medo ou por vergonha de se soltar. Basta ter uma amiga tua envolta que é proibido eu te tocar. Novamente, não sei se por medo ou por vergonha de se soltar. Não consigo te entender e sem dúvida essa é uma das coisas que fazem eu continuar te pentelhando. Eu odeio não entender as pessoas ao meu redor.
Porém é confuso. Ao mesmo tempo que esse teu jeito me atrai, ele me afasta. Ele cansa, ele estressa.
Você é insuportável. Absolutamente tudo em ti é insuportável. Teu beijo, insuportavelmente bom. Teu corpo, insuportavelmente bonito. Teu rosto, insuportavelmente lindo. Teu sorriso, insuportavelmente encantador. E isso tudo faz com que eu fique insuportavelmente bobo perto de ti.
Você é complicada demais. E em partes até gosto um pouco disso. Mas sei lá, tem tanta coisa difícil nessa vida, pra que ser mais uma delas? Vamos descomplicar. Eu gostei do seu perfume de coco e você das minhas palavras. Vamos fechar um combinado que pra cada vez que esse cheiro doce invadir as minhas narinas, eu me inspiro e te coloco aqui.
Não sei que bicho te mordeu no passado, morena. Mas eu garanto que as que eu der, serão muito mais gostosas. Então joga essa vergonha pra lá e traz esse sorriso bobo pra cá. Sem pressa de vir (isso eu aprendi contigo) pode ser essa quinta, sexta, ou mês que vem.
Só me promete que a próxima vez que eu sentir a tua unha na minha nuca, vai ser pra gente ficar um pouco menos complicados.
Vamos nos descomplicar.
P.S.: Eu quero uma resposta real pra proposta desse texto.
Bruno Amador – clique para me conhecer melhor. No Instagram e Snapchat: @brunoamador