Eu só quero um beijo

Acho que não é novidade pra você que sempre tive vontade de colocar umas aspas na nossa amizade e embora eu sinta (bem no fundo) que o desejo é recíproco, todas as vezes que tínhamos a oportunidade algo nos impedia. Sóbrios demais, gente demais e quando não era isso, algum de nós dois estava vivendo outro relacionamento que não poderia ser interrompido no momento. Não por um desejo, a gente é muito carne e mal ou bem, acabávamos preferindo o coração. Até meio estranho eu falar isso logo de cara, logo eu, logo você, um coração? Pois é. O tempo passou.

Novas pessoas entraram nas nossas vidas, alguns aspectos das nossas personalidades mudaram, você menos rude, com menos bebida e a mesma sinceridade tão característica do teu ser, o tempo não diminui a tua beleza ou o teu sorriso. Tuas pernas continuam grossas e tuas curvas sinuosas são convites para mãos, lábios e dentes. Mãos bobas que podem ficar espertas, lábios tão distantes que poderiam ficar mais próximos e dentes, que por não ter o que morder, podem visar a tua pele. Eu só queria um beijo.

Um beijo daqueles que descem pelo corpo, invadem o pescoço, arrepiam os pêlos e arrancam um suspiro junto com alguns sorrisos, seguidos por mordidas e uma parada rápida pra respirar porque até escrevendo eu fiquei um pouco sem ar depois de tudo isso.

E sei lá. Só imagina a cena. Eu e você com a noite caindo e alguma música no fundo, duas cervejas ou algum drinque com Malibu, doce pra não amargar o paladar, mas com álcool pra deixar os sentidos mais leves e aumentar a temperatura. Não que você precise ficar mais quente, só que um pouquinho de calor faz as coisas amadurecerem mais rápido e só a gente sabe como o tempo pode ser escasso. Com pressa, mas devagar, vamos deixar as cores nos invadirem, deixar a minha pele branca, vermelha e as tuas costas com pequenas marcas indicando o caminho que as unhas percorreram.

Tirar o preto e branco da tela do meu celular e pôr um pouco da tua pele morena nessas linhas. Tão retas enquanto são digitadas, mas tortas enquanto são vividas. Até porque, caso não fossem, nunca encontrariam você. E convenhamos que andar na linha nunca combinou contigo.

As nossas linhas, são curvas, pra combinar com o teu corpo e acompanhar os altos e baixos que a vida nos reserva. As linhas são tortas pra sempre ter alguém em cima, embaixo e paralelo. Então vem, devagar pra não sair do caminho, mas com força porque coisas fracas não merecem o meu tempo.

Aparece num bar, num cinema, aparece em casa. Conhece meus corredores, minha sala, meu sofá e vamos acabar no Quarto (o de palavras e o meu). Porque, embora as melhores coisas aconteçam entre quatros paredes, as mais bonitas eu gosto de deixar escritas. E – não se acostuma – mas sempre te achei bonita demais.

Como sei que você odeia saltos, usa o que quiser no pé. Até porque em dado momento espero te ver descalça. Por você ser de ordenar e não pedir, te deixo me guiar. Fica por cima, por baixo, em pé, como você quiser. Só quero que essa distância, encurte. Que as bocas se aproximem. Que os lábios se toquem. E que o teu perfume invada cada centímetro do meu pulmão. Eu só quero um beijo.

E depois, a gente negocia o resto.

Bruno Amador – clique para me conhecer melhor. No Instagram e Snapchat: @brunoamador

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