Ela é do tipo que entra pra ficar

Ela é um desses seres que não consegue parar quieto, sabe? Embora seu status no WhatsApp diga “disponível” se tem uma coisa que ela não é, é disponível. Seu dia é ocupado com as coisas mais aleatórias que possam ser imaginadas: academia, sapateado, estágio, cursos, aulas. O dinamismo do seu dia a dia se reflete na lentidão a cada resposta. Demora horas até abrir a conversa. E isso tudo a torna uma pessoa extremamente esquecida. Esquece chave, esquece RG, esquece carteira, cartão, esquece até de dar o “send” na bendita mensagem que ela esqueceu de responder. Só não esqueceu o meu nome porque sem querer acabei me tornando uma pequena parte dessa rotina tão cheia.

Sua vida até então foi uma montanha russa, namorou, terminou, voltou atrás, desistiu. Se apaixonou, desapaixonou, deixou de lado, esqueceu. Um ciclo de idas e vindas que em algum momento acabou me envolvendo e sei lá, espero ter achado meu jeito de ficar. Não que isso seja fácil já que sua personalidade é reflexo dessa montanha russa. A menina é completamente de Lua. Já me chamou pra sair, já conseguiu inventar absolutamente todas as desculpas possíveis pra não sair comigo. Completamente maluca, sabe? Não sabe demonstrar muito bem sentimento e o máximo que você consegue arrancar dela via celular é um punhado de corações.

Óbvio que ao vivo a coisa é diferente, embora também não saiba demonstrá-los, seu corpo não esconde. Suas bochechas coram, seu sorriso fica daquele jeito bonito, grande, chega a formar covinhas e deixar seus olhos pequenos e um pouco tortos. Sim, tortos. Quando ela sorri um olho fica levemente maior que o outro. E então, por falta de ter o que falar ela fecha os olhos (tortos) e te beija.

Desculpa, acho que a entoação não foi boa o suficiente. E então, por falta de ter o que falar ela fecha os olhos (tortos) e te BEIJA. Um SENHOR beijo. Cinematográfico. Suas mãos se prendem na minha nuca e me tiram por alguns instantes de órbita. Me trazendo de volta quando seus dentes, suavemente mordiscam os meus lábios. A inocência que seus olhos transmitem nunca te deixariam pensar que esse ser humano fosse capaz de te desenvolver tamanho tesão. Mas isso é só uma pontinha de tudo que ela consegue causar. Devido ao horário, esse parágrafo se encerra por aqui.

Seu andar é meio desengonçado. Pode pisar na ponta dos teus pés caso não tome cuidado, só que não se engane pelo andar. Seu equilíbrio é fenomenal. Na ponta dos pés ela atravessa os corredores aqui de casa e sem fazer absolutamente nenhum som, transita da cozinha até o quarto. Isso é, quando não derruba alguma coisa no chão da cozinha. Porque além do andar, não é muito boa com a ideia de segurar coisas. Ou com limites geográficos. Esbarra em copos, vasos, pratos e ocupa bem mais que os 50% da cama destinado em tese ao seu corpo.

Dorme pesado e em qualquer posição. Se encosta no meu ombro na volta da festa. Na janela durante as viagens. E em parte do meu corpo, quando dividimos alguma cama. Acorda com certo mau humor. Ideia ruim tirá-la da cama sem alguma razão boa. Ou sem algo para comer. Duas das coisas que mais a acalmam nessa vida são, dormir e comer. E não pense que pelo jeito de mocinha ela come pouco, a garota é um saco sem fundo.

Seus cabelos são grandes e ficam engraçados quando se deitam nos meus travesseiros. Levantam atrás enquanto permanecem intactos na frente. Seus olhos têm um certo brilho e eu amo quando se desviam do meu olhar. Amo mais ainda quando os encaro e inevitavelmente sou atraído para perto. Como se uma espécie de imã me puxasse em direção ao seu rosto. E de pouco em pouco nos aproximamos, até que com um riso meio de lado ela me pergunta “o que você acha que tá fazendo”. Com o mesmo riso, me permaneço em silêncio e a beijo. E quando ela me beija, eu ouço alguns fogos explodindo, mesmo sem ser ano novo. Sinto um turbilhão de borboletas saindo do meu estômago e invadindo cada pedacinho do meu corpo.

Sem querer falei duas vezes da mesma coisa em menos de quatro parágrafos. Desculpa, é que o beijo dela é absurdamente bom. Por sinal, tudo nela pode ter o advérbio “absurdamente”. Consegue ser absurdamente quando quer. Absurdamente, sem nem saber(esse foi pra te deixar sem graça). Absurdamente bonita quando usa coisas simples, como sei lá, moletom. E uma companhia absurdamente boa pra completamente tudo. Do salto ao chinelo. Do cinema à balada. Do jantar ao almoço.

Embora seja de lua, tem essa constante necessidade de um pouco de carinho. Nunca irá te admitir isso. Mas é aquela coisa de Caetano, um carinho às vezes cai bem. Ela é grossa, um pouco seca e por vezes consegue ser um mamute. Mas no fundo tem um coração mole e aberto, basta saber o caminho. Ela é do tipo de gente que entra na tua vida pra ficar. E embora não seja tão grande assim, já separei um quarto só pra ela aqui. Ou pra gente, caso aceite dividir.

Bruno Amador – clique para me conhecer melhor. No Instagram e Snapchat: @brunoamador

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