E por falar em saudade…

Onde andam os teus olhos? Há algum tempo não os vejo e tenho medo que eles podem não mais brilhar pra mim. Provavelmente eles ainda leêm essas linhas, a gente tem muita amiga em comum e elas não se contém quando acham os teus fios espalhados por aqui. Até porque cada vez que eu abro esse bloco de notas, é pra deixar nele um pouquinho de você.

Por onde anda o teu sorriso? Quase sempre escondido no início, coberto pela sua mão, mas evidenciado pelo
tom que as tuas bochechas adquiriam. E que depois de alguns meses ficou tão sem vergonha que começou a se mostrar pros quatros cantos do meu quarto. Vi ele esses dias numa foto do teu feed e tive a mesma reação de sempre, eu sorri de volta.

Por onde andam as tuas pernas? Elas ainda dançam? Ou começaram a passear mais por bares? Lembro que você não gostava muito delas, “elas são tortas, meu” me falava com o teu sotaque paulista e eu respondia passando a mão nelas, afirmando “elas não são tortas, são curvas e eu nunca consegui andar em linhas retas”. Elas,preguiçosas pela manhã se envolviam nas minhas e ficavam horas escolhendo o que fazer à noite. Elas, animadas depois de algumas bebidas, desfilavam por festas e me deixavam cansados por ter que acompanhá-las.

Onde anda esse corpo? Que me deixou tonto tantas vezes. Que era descoberto constantemente e se arrepiava com toques leves, porém firmes. Esse corpo que amava pegar Sol e me dava bronca por esquecer o protetor, que me fazia companhia na piscina e no mar, que combinava tão bem com sal, lençóis e (modéstia à parte) comigo.

E por falar em nós dois.

Onde andam os nossos beijos? Presença constante nessas idas e vindas que dávamos, agora se dividiram e povoaram outras bocas. Imagino que o gosto deles tenha mudado. Admito que o meu ficou um pouco mais azedo, a tua boca adocicava à minha. Assim como o encaixe. Você esquerda, eu direita e depois trocávamos. Essa sintonia não existe mais.

Onde andam as nossas fotos? Que saíram dos nossos Feeds, mas ainda usam a memória do meu celular. E nem adianta se fazer de difícil, eu sei que esse uso é recíproco.

Onde anda o meu casaco? Aquele que você pegou pra ir na padaria e acabou levando pra casa. Que virou pijama e amava ir pro chão de vez em quando. Que não parava na minha gaveta porque sempre acabava voltando pro teu corpo. Você sempre ficou mais bonita nele que eu.

E por falar em beleza.

Onde anda você? Falam por aí que depois de tanto tempo acompanhada, você voltou a andar sozinha. E todo mundo sabe que tudo nessa vida é um pouquinho melhor quando feito a dois. Andar, inclusive.

Então corre pra cá. Você vai me encontrar no mesmo bar, sei que fico aqui de mais, mas apesar dos pesares, ele costuma me trazer você.

Bruno Amador – clique para me conhecer melhor. No Instagram e Snapchat: @brunoamador

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