Eu sempre adorei a nossa bagunça

Há 9 meses eu conheci ela. E a frase anterior ficou errada gramaticalmente errada só pra mostrar que eu também errei na minha primeira impressão sobre ela. Eu realmente achei que seria um beijo e só. É que sei lá. Eu tinha muitas opções na época – sem querer me gabar – e sem duvidas, era ela iria ser só mais uma. Mas não demorou muito até eu notar algo diferente, mais especificamente 15 dias. Foi quando eu comecei a escrever o primeiro texto pondo ela nas linhas. A primeira vez que eu conheci toda a graça que ela tem quando fica sem graça e fiz questão de pôr um título bem direto: “Quero pintar uma história contigo”.

Mas ser direta ao ponto nunca combinou muito com ela. Come pelas beiradas e sem dar a menor pinta vai conquistando o teu dia-a-dia.

O processo foi lento pra combinar com o seu ritmo. Nada objetiva, ela gosta de fazer rodopios em caminhos que são retos e me fez passear por essas curvas. Me enrolou muito – e ainda me enrola – até finalmente me dar o primeiro beijo (o pra valer) sabe quantos meses? Três.

Três benditos meses até eu finalmente sentir o gosto da boca dela. Três meses até eu finalmente conhecer os segredos da sua boca e sem dúvida nenhuma foi uma das melhores sensações da minha vida.

Eu viciei.

E quem ler pode achar que eu sou louco. Puta garota complicada, que tipo de pessoa enrola alguém, deixa ele cozinhando por tanto tempo? Mas acontece que eu me adaptei à vagarosidade dela. Ao gostar devagar, ao seu dançar, ao seu beijo lento e cheio de nós.

Nunca gostei de pessoas simples, tenho complexo de psicólogo e sempre me envolvo com as mais difíceis de se envolver e sério, aquele beijo fez absolutamente tudo valer a pena. Não só o beijo, mas todo o conjunto. A companhia dela me faz rir, me deixa leve e completamente idiota, é a mesma sensação que eu tive quando desci um escorregador no Wet n’ Wild pela primeira vez, o vento na cara com um friozinho na barriga, mas confiante que no fim as coisas dariam certo. Ela faz com que eu volte a ser criança.

Eu não sou muito de rasgar elogios, mas sério. Ela é linda, pernas grossas, cintura fina e um rosto de tirar o fôlego. Linda demais pra mim. Me conheceu 6 quilos acima do peso, com papo e bêbado. Mesmo assim respondeu na maior felicidade quando mandei um oi no WhatsApp, “quem vê cara não vê coração” você pode falar, mas o meu coração só começou a ser bonito, depois dela.

Talvez ela veja o futuro, porque o meu, pelo menos o imediato, é ao lado dela. Eu posso ver isso nos seus olhos. Escuros, profundos e se você encarar muito tempo consegue perceber. São infinitos.

É de tirar o fôlego observá-los, como imergir no mar e voltar a superfície com uma risada meio idiota pedindo pra você parar de olhar pra ela. Tudo que ela faz consegue ser um pouco engraçado, ela me faz sorrir e eu sempre disse que a conquista do coração começa pelo sorriso. Como se ela tivesse saído de algum texto meu, resolveu virar personagem principal não só das minhas histórias, mas da minha vida.

É uma pessoa difícil e não vou negar que já exclui o contato dela mais vezes do que deveria. Ela demora pra responder e nada é certo ao envolvê-la. Um jantar é remarcado no mínimo duas vezes, isso se na terceira não tiver algum evento que possa levar ela a desmarcar.

Jura de pé junto que não é culpa dela e dá seu jeito de convencer que o que diz é verdade. Ela me irrita e me faz questionar minha sanidade no mínimo 1x por semana e provavelmente é exatamente por essa dificuldade absurda que eu insista nessa idiotice que é se envolver com ela.

Idiotice com toda a certeza por ser fato que em algum momento essa coisa maluca vai acabar. Eu vou perder a paciência ou ela vai acabar se irritando com a insistência. Ou não. Sei lá. Cada dia com ela é uma bagunça nova e a gente acaba se encontrando no meio dela. Cada dia com ela é uma bagunça nova e eu nunca fui muito organizado.

E enquanto o mundo lá fora corre, a gente fica aqui. Bagunçados.

Bruno Amador – clique para me conhecer melhor. No Instagram e Snapchat: @brunoamador

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