Somos muito diferentes, temos que admitir isso. Nos encontramos em nossas oposições e começamos a construir o nosso presente. De alguma forma meu jeito todo robusto encontrou abrigo na tua leveza, teus traços delicados me convenceram a ignorar as diferenças e esses olhos do tamanho de duas jabuticabas fizeram eu me perder. Envolvido pelo teu perfume, acordei no teu pescoço e achei estar sonhando quando beijei tua boca.
Teu coração meio gelado se derreteu com o meu, sempre muito quente e aberto à novas pessoas, conquistei meu espaço nas tuas confusões e acabei virando uma das únicas certezas do seu mês – porque, como você diz, encontros semanais são sérios demais – teus fios ruivos/morenos, vieram de sintonia com o branco dos meus travesseiros, tua pinta no rosto virou alvo e sua voz baixinha me fez ficar bem próximo de ti pra poder te escutar. Pra poder te sentir.
E te ouvindo, comecei a entender a tua maneira, tão peculiar, tão devagar, de gostar. Teus medos e inseguranças não se concretizaram quando começamos a caminhar juntos e – embora você não goste muito dessa coisa de “pular de cabeça” – te convenci a ,aos poucos, irmos entrando nessa coisa tão complicada que é se relacionar. Mas por favor, não se assuste quando ler isso, isso não é uma carta de amor e sim um conto sobre nós dois. Até porque, não deve ser amor que sinto por você. Não ainda.
Te avisei que colocaria a gente em palavras, construiria parágrafos com o teu andar e vírgulas pra cada vez que eu, me, encantasse, com, o, teu, sorriso. Pela fluidez da leitura, menti na última parte.
Nesse meses você me ensinou a ter calma. Parar de ser imediatista e entender que as coisas têm um tempo pra acontecer. Histórias não são construídas da noite pro dia e relacionamentos, assim como beijos, precisam acontecer lentos para serem aproveitados por completo. Pra que pressa? Voar pro futuro não vai mudar nada. A vida é curta, mas os anos são longos. E é melhor passar eles acompanhados.
Você me ensinou a parar de imaginar o futuro e lidar melhor com o presente, tirou minha cabeça das nuvens e me mostrou que aqui embaixo, tem muita coisa boa pra observar. Gente espetacular. Como você. E de coração, não imagino a gente se casando, tendo filhos e vivendo aquela família comercial de margarina, sabe? Não sei quando irei te ver de novo e talvez por isso ainda não tenha definido exatamente o que sinto por ti. Talvez por nunca ter a certeza do encontro cada segundo contigo estou presente por inteiro.
Sempre que eu te vejo sinto esse formigamento nas extremidades, porque meu sangue sai delas e vai inteiro pro centro do meu corpo, às vezes um pouco mais abaixo, mas a região é próxima. Gosto da sua presença e da leveza que essa coisa tem, sem compromisso, mas com confiança e parceria. Resolvemos ser amigos antes de ser qualquer coisa além disso, conhecer melhor o outro para, se um dia formos para ser, continuarmos sendo por um bom tempo.
Eu não sei se a gente tem futuro, mas gosto do nosso presente. Meio confuso, meio irritante, meio distante. Mas nosso e de mais ninguém.
Bruno Amador – clique para me conhecer melhor.
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