Declaração do direito de ser feliz

Hoje, já não são vistas as mesmas coisas que se via há anos atrás. Não são feitas as mesmas façanhas, não são cometidos os mesmos erros. Não existem as mesmas intrigas e nem mesmo os mesmos sorrisos amarelos que passavam por nossos rostos quando andávamos na rua. Não há uma alma que ainda seja igual há tantos anos atrás, não há um problema que não tenha sido resolvido e dado lugar ao que pode vir a ser problemático atualmente. Não existe o velho, e o novo já não parece tão novo assim. São os dias que se passaram e você nem percebeu, porque achou que aquele dia sentado no sofá sem fazer nada valeria mais a pena do que sair e ver um passarinho cantar naquela árvore velha que fica em frente à sua casa.

Hoje, somos tão diferentes, mas tão completos de igualdade. Somos a geração que não escolheu nada: não escolhemos esperar, fomos forçados a isso. Não escolhemos pertencer tanto tempo ao mesmo lar, nem habitar tantos corações simultaneamente. Não decidimos pela superficialidade das conversas rápidas e ocasionais, daquelas de um minuto, que são iniciadas pela tremenda vontade de ir embora daquele lugar. Não paramos no mesmo instante, mas também não saímos do mesmo lugar, porque seguimos a mesma rotina cansativa e cinza todos os dias. Não pensamos no que é, pensamos no que poderia ter sido.

Venho por meio desse texto transmitir à você a sua própria vontade, que não parece tão óbvia num primeiro momento, porque sou eu falando e não você mesmo. No entanto, isso está escancarado nos corações tristes e mundanos: no meu e no seu. A vontade de ser mais, de fazer uma pequena diferença numa quinta feira qualquer, ou num final de semana com amigos. No trabalho ou em casa, em qualquer ponto frequente que você goste de lotar de vez em quando. Essa é a vontade imensa de viver que sempre deixamos pra depois.

Vivamos. Pois, passamos a vida inteira pra viver só na hora da morte. E quando ela chega? Ninguém nem sabe. Tanto planejamento pra uma coisa tão aleatória e simples de acontecer com qualquer um. Que a gente viva agora mesmo, pensando só no agora mesmo, e só nisso.

Que nossas caminhadas pareçam ainda mais ensolaradas quando o sol bater de frente com nossos olhos, e que até o ponto de ônibus pareça atraente aos gostos, quando vermos pela décima vez no mês. Que alguns passarinhos cantando sejam sua diversão no dia, ou que o bom dia da sua mãe logo pelas seis seja um start bom pra tudo que vai vir.

Por nossas melhorias, por nossa qualidade, por nossos defeitos, mesmo que esses sejam maiores que algumas características que te pareçam essenciais. Simplesmente, não ligue.

O viver de hoje me parece tão belo quando eu me motivo.

Lucas Fiorentino

@lucasfiore_

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