Nós somos um sonho que morreu

Eu nunca admiti isso, mas o meu maior arrependimento foi ter cagado o nosso relacionamento. Bem sincero mesmo, nunca fui de mentir e não tenho vergonha nenhuma de falar: eu caguei feio com a gente. Ter te deixado ir foi o maior erro que eu já cometi. Depois que o verde dos teus olhos encontraram outros olhos castanhos pra observar, os meus nunca mais brilharam. É melancólico ao extremo e chega até ser depressivo o início desse texto, mas é a verdade. A minha vida nunca mais foi a mesma sem você.

Nunca mais teve a alegria que tinha quando estava contigo. Os recados nas entrelinhas, as olhadas tortas e aquela mordida no pescoço que só você sabia dar. Nunca mais teve alguém brigar pra eu parar de encher o saco porque “Você não é meu pai, porra”. Nunca mais teve alguma declaração depois de alguns shots de tequila. Nunca mais teve os teus abraços que montando em cima de mim, nunca mais teve a tua mão passeando na minha nuca enquanto eu dirigia. Nunca mais teve você.

A minha vida acabou virando uma busca.

Uma eterna busca de algo que não existe mais, daquela cumplicidade, de todo o afeto e da nossa interminável sintonia. Dói um pouco te ter, mesmo distante, como amiga. Desde a tua saída as minhas linhas ficaram meio tortas, mais bem escritas, é verdade, mas bem menos sinceras.

Faz anos que a nossas pulseiras não decoram mais os nossos braços e eu juro que tentei fazer algo para substituir a falta que ela faz, usei relógio, outras pulseiras, fiz tatuagem, mas nada adianta. É como se um pedaço de mim estivesse dentro da minha gaveta e não se encaixasse mais no meu corpo. É como se só o teu jeito fizesse as coisas voltarem ao lugar.

Muitas já passaram pelos meus braços desde que você se foi e foram realmente muitas. Beijei, dormi, fiz café, almoço e janta, mas nenhuma se aninhou nos meus braços como você se aninhava. Nenhuma cobriu o bendito espaço na cama que você deixou depois de ir. Até por isso troquei de cama, botei uma de casal. Na esperança que em uma espécie de feng shui forçado o meu quarto mandasse embora as lembranças que tenho de ti.

Em vão.

Meu cérebro é imbecil. Ao invés de pensar no presente, ele insiste em buscar refúgio no passado. E são nos momentos de solidão, como o que estou agora, que ele te acha em meio as lembranças. Era incrível como contigo eu nunca me sentia sozinho. Dormia e acordava com as tuas mensagens, dormia e acordava com o teu perfume, dormia e tinha que piscar duas vezes para acreditar que às vezes, eu acordava ao teu lado.

Eu ainda guardo cada foto, cada screenshot, cada áudio, na esperança de um dia te reencontrar em algum outro corpo, mas eu sei que a esperança lá no fundo é que pra reencontrar você.

Reencontrar você e toda a intensidade que nos envolvia, você com o teu ciúmes (quase sempre justificado) e eu com o meu fogo, quase sempre contido depois de alguns minutos contidos. Éramos parceiros em tudo e essa era a nossa maior graça. A gente era muito, muito amigos, muito apegados, muito intensos. Tivemos uma amostra grátis de amor eterno e enquanto você foi em busca de outras, eu tentei jogar água pra usá-la mais um pouco.

Não que eu tenha ficado parado, eu fui atrás e fui até demais. Tentei me prender em coisas superficiais e acabei quebrando a cara tantas vezes que eu cansei. Você tem que entender que é foda encontrar alguém depois de experimentar cada pedaço de ti, acaba sendo covardia comparar.

Eu sei que nunca vou encontrar em alguém tudo aquilo que tivemos, foi único. Não éramos perfeitos, mas admito que por certo momento chegamos perto. Uma vez uma amiga tua me disse essa analogia e eu achei ela perfeita. A gente é como morango e chocolate, separados somos bons, mas juntos… Somos sensacionais.

É bizarro, eu nunca achei que eu fosse voltar a te escrever algo, mas falar sobre ti sempre fluiu naturalmente, não preciso inventar muito, as palavras saem sem esforço nenhum quando a minha inspiração vem de você.

O mais legal disso tudo, é que nunca fomos algo de fato. Sempre fomos um quase. Quase namorados, quase amigos, quase eternos. Vai ver é por isso que eu quase te esqueci. Quase. Porque ainda deixo no peito um espacinho pra ti, nada muito grande. Perfeito pra caber você, a minha (quase pra sempre) pequena.

Bruno Amador – clique para me conhecer melhor

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