Quando fui embora do nosso primeiro encontro eu jurei que era você. Quando sentei na cama e comecei a processar tudo o que havia acontecido naquela tarde tão boa que passamos juntos, só sabia sorrir por achar que finalmente havia encontrado o cara. Achei que você era o cara. Mas não era, não é? Eu me enganei. Foi só mais um encontro que você foi simpático por ser o primeiro. E deveria ter sido o último, mas eu fui tão cega que não percebi. De novo. Tenho esse problema de confiar que vai dar certo sempre e acabar me permitindo sentir coisas que não deveria. Sentir que era você, por exemplo, é uma delas. Não era você. Nunca foi.
Você apareceu com esse seu sorriso estonteante me olhando desajeitado e timidamente, e eu acreditei que poderia me dar o céu para sempre. Mas para você eu era apenas mais um encontro que uma hora ou outra ia acabar. Mas não estando totalmente satisfeito, você resolveu marcar seu território e se fazer presente em qualquer lugar que eu esteja. E não é fisicamente, por sorte, a distância ainda não deixou de ser um problema. Em cada cantinho da internet que eu pareava na tentativa de me distrair e não ir falar com você, você estava.
Quando passei a notar que não era você, minha cabeça e meus pensamentos começaram a formar um nó como aquele oito duplo que é forte e difícil de desatar. Era impossível tirar você da minha cabeça.
O engraçado é que eu realmente achei que você era o cara. Não porque parecia ser, e sim porque eu queria que fosse. Mas não era. E a sua intenção jamais foi ser, não é? E eu acabei quebrando a cara por querer tanto que fosse, que nem vi os sinais que me dava. E dói. Dói muito e é muito difícil conseguir entender que nunca foi você.