Talvez foi o jeito sempre sem graça que ela sorria, empurrando as bochechas pro lado enquanto suas maças do rosto se avermelhavam bem de leve. Ou foram as suas unhas, sempre pintadas, sempre prontas para marcar o meu corpo. Provavelmente passou pelo seu cabelo, os fios finos tinham tendência a se entrelaçar nos meus dedos enquanto o seu rosto encostava no meu ombro. E com toda a certeza tem uma parcela daquele sorriso, algo nela me inspirou.
Algo nela me inspirou e deu cor às minhas histórias, acidez à algumas linhas e realidade aos parágrafos. Pincelou inúmeros textos, em alguns botei as suas covinhas, em outros eram seus olhos lendo e em praticamente todos era a sua personalidade que ditava o ritmo e rumo das histórias. Algo nela fez brotar em mim coisas adormecidas, me deixou bobo e eu voltei a ser criança.
Ela fez flor surgir em meio ao deserto e inundou o meu pensamento com a sua calmaria e certeza de que as coisas eventualmente vão dar certo. Estar com ela parece ser certo. Parece ser certo porque tudo com ela de alguma maneira acaba num sorriso. Se ela chora, a gente acaba rindo porque eu faço graça do seu rosto inchado. Se ela cai, a gente ri de como ela é desajeitada. E quando ela sorri, eu fico meio sem o que falar.
Ela brinca com os dedos e cada vez que suas unhas tocam minha pele, meu coração palpita em descompasso, uma noite com ela é garantia de pelo menos dois ataques cardíacos. Uma semana rende internação na UTI. Não é uma garota para pessoas fracas, embora os seus traços delicados podem sugerir. Sua aparência angelical esconde os pecados do mundo, ela é capaz de fazê-lo cometer todos em um dia.
O seu jeito de andar faz com que qualquer corredor com mais de 8 metros vire uma passarela, não precisa de holofotes, possui um brilho natural. Sem jeito ela não sabe lidar muito bem com muitas tarefas, se atrapalha, deixa tudo pela metade e acaba sentada na cama vendo série após alguns minutos. Por sinal sua habilidade em descobrir séries novas é algo invejável.
Algo nela me faz escrever, tira minhas palavras, me deixa sem ar. Algo nela me inspira.
Bruno Amador – clique para me conhecer melhor
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