Acorda menina! Já eram 10 da manhã e precisávamos encontrar nossa amiga no aeroporto, como bons amigos que somos precisávamos nos despedir dela. Eu odeio que me acordem, mas a boa causa da situação me fez abstrair a raiva que sentia pelo infeliz no momento. Enquanto nos arrumávamos eu podia sentir o cheiro de pão vindo da cozinha, minha irmã passou na padaria antes de sair, esse foi um dos poucos momentos que ela provou a razão da sua existência. Saí do quarto com o maior medo do mundo, não ia saber onde enfiar a cara se visse a irmã dele de novo. Ela saiu toda de fininho pelo quarto até eu falar que a minha irmã tinha saído, a cara de alívio dela foi demais. Só não entendi o porquê de tanta tensão, as coisas correram super tranquilas ontem.
Comemos bem rápido porque já estávamos atrasados e ela ainda inventou de passar na casa dela, queria trocar de roupa. Qual era a chance de eu sair toda amarrotada? Subi bem rápido e me troquei, não passaram nem cinco minutos. Passaram dez. Tá não enche. Voamos até o aeroporto, provavelmente tomei alguma multa no caminho, toda essa rapidez para saber que o vôo iria atrasar uma hora, eu poderia ter dormido mais um pouco. Ficamos sentados no saguão com a nossa amiga, ela nos perguntou do que tínhamos feito na noite anterior e demos uma breve resumida de tudo. Principalmente depois de você ter me contado hoje de manhã que ela queria ficar com você aquela noite no bar, me senti péssima. Ela achou outra pessoa pra resolver a carência para com isso.
Quem lê essa história agora deve estranhar o tamanho de tempo que passamos juntos nesses dois dias, mas saiba que nada disso havia sido planejado, o jantar não era pra acabar na minha casa e eu não tinha noção de que ela também iria ao aeroporto, fui descobrir ontem à noite esse fato. Óbvio que resolvi juntar o útil ao agradável.
Nos despedimos dela e concluímos que precisávamos para em algum lugar para almoçar, o “café” que tomamos não iria nos sustentar por muito tempo. Eu queria comer em São Caetano, mas ela insistiu que parássemos no McDonald’s. Quarteirão R$7,00 é um sonho. Comemos, de novo. A gente gosta de comer. E voltamos para a casa a deixei na casa dela e eu fui para a minha, no momento que eu pisei em casa senti meu celular vibrando, quem era? Ela. Hehe, eu tinha esquecido o meu carregador lá. Tudo que eu queria era a minha cama, mas a minha cama parecia não me querer, o universo conspirava para eu ficar rodando pra cima e pra baixo com o carro.
Deixei o bendito carregador na casa dela e fui direto de encontro à minha cama. Mas era sábado e as pessoas não conseguem ficar quietas aos sábados. Não demorou para o meu celular toca de novo, queriam ir pra alguma balada, não estava nem um pouco animado, só queria dormir, além de que eu não tinha dinheiro nenhum, recusei e voltei ao meu estado de inércia. Porém quinze minutos depois ouço meu celular vibrar de novo, eu encarei ele e refleti por alguns segundos sobre a possibilidade de arremessá-lo longe, refleti melhor e atendi. Eu odeio ficar em casa e os amigos dele me chamaram pra sair, pediram que eu convencesse ele de ir também. Eu sabia que essa de chegar junto no aeroporto não era uma boa ideia, todos os meus amigos viraram amigos dela.
Dei uma insistida, pedi com jeitinho e acabei fazendo ele sair da cama, precisava de uma carona, odeio andar de salto alto no metrô. Ela queria mesmo que eu fosse, a carona ela arrumava com alguma amiga. Tá, as coisas são melhores acompanhadas. Tomei um banho e me troquei, passei na casa dela pela QUARTA vez no mesmo dia. Ela desceu e porra, ela tava linda. A cara de idiota dele quando entrei no carro foi fofa. Ela mal entrou no carro e já plugou o celular no auxiliar. Pelo amor ninguém aguentava mais essas músicas calminhas que ele ouve.
A garota chegou encapetada, já virando uma dose de tequila, já estava imaginando que iria ter que carregar alguém pra casa depois. Ainda bem que eu sou leve. Sem comentários, ela só me dá trabalho. Bla bla, no fundo você gosta. Olha, eu não aturava mais ouvir eletrônica na hora que fomos embora, ela saiu meio torta rumo ao carro e eu sai meio manchado de batom, ela conseguiu sujar o colarinho da minha camisa, sabe Deus como. E ele mudou de assunto. Sem condições de dormir em casa, disse para ela mandar uma mensagem para a mãe dizendo que ia dormir na casa de uma amiga, no caso a amiga sou eu.
O Sol já nascia quando estávamos indo até o carro, ela parecia estar cansada, estava bem quieta, até que do nada ela pegou a minha mão e começou a correr em direção à um bosque que tinha perto do estacionamento, fiquei impressionado com a capacidade que ela tinha de correr, puxei ela de volta e pelas pernas a levantei, fui calmamente caminhando até o carro enquanto ela se debatia socando as minhas costas. Chato.
A coloquei na cama e fui tomar banho, voltei para o quarto ela havia sumido da cama, chamei pelo seu nome e ela surgiu de dentro do armário me dando porrada com o meu travesseiro, eu não entendi nada. Eu fico meio hiperativa bêbada. Disse para ela parar e ir se trocar, jurava que ela tinha apagado. Cedi como sempre uma camiseta. Eu nem devo comentar o quanto amo quando alguma garota usa camisetas largas. “Alguma garota”! tá achando que eu sou suas nega? O quanto amo quando ela usa minhas camisetas? Melhor. Ela se deitou e disse que sentia frio, peguei um cobertor e me deitei ao seu lado. Não demorou muito para ela dormir e eu fiquei ali a observando por uns segundos, senti meu coração acelerar e um sorriso sair do meu rosto. Não sabia o que sentia ou o porquê de tamanho apego tão rápido, não tinha noção aonde estava me metendo, mas era tão gostoso.
Esse texto terá uma continuação na quarta que vem e pode ser acompanhado por aqui ! E só foi possível graças a nossa parceria com a dobra, essa história não teria acontecido sem a ajuda deles ❤
Bruno Amador – clique para me conhecer melhor
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