Vamos encarar a realidade, a gente não é pra ser. O problema não sou eu ou você, somos nós. Você é de capricórnio e eu nunca entendi direito essa coisa de signo. Você tenta me convencer que foi golpe e eu só quero que a economia volte a girar, você sempre meio esquerda e eu nunca fui muito fã de política.
Você tá na cerveja e a minha vibe ultimamente é o vinho, você vai de Freud e eu de The Flash no Netflix, você quer papo cabeça e eu quero cafuné, nosso ritmo não é o mesmo, você MPB e eu tô no Pop.
A gente desandou quando nos beijamos a primeira vez, “nada de bom acontece depois da duas da manhã”, eram três quando te beijei. Beijei você, mas queria tua amiga. Você tinha acabado de beber catuaba, bebida que figura no topo da lista de coisas que eu não gosto. Eu queria ver o show sertanejo quando você pediu pra ir embora, você esqueceu de me pagar a sua parte do uber e tá até hoje com o cabo do meu carregador. A gente não era pra ser desde o início. Desculpa ser tão sincero, só quero te mostrar a realidade.
Você nunca foi de namorar, de compromisso sério e sei lá, eu gosto quando a pessoa fica pro café, sabe? De pôr um avental e inventar de fazer almoço ao invés de ir no restaurante e aos poucos ir fazendo você ficar mais e mais, só que você foi embora antes mesmo do Sol nascer. Pra você é só sexo e eu prefiro fazer amor. Sexo é carne, satisfaz o corpo. Amor é sentimento, preenche a alma. Entende a diferença?
Quero alguém que me inspire e me faça esquecer que existe um mundo depois da porta do meu quarto e isso não aconteceu com a gente. Não foi uma chama, foi uma faísca que nós dois tentamos fazer virar incêndio, mas nem todo álcool do mundo foi capaz de pôr fogo nos nossos beijos. Eles foram esfriando e viraram aquele frio gostoso, que deixa a gente deitado na cama sem vontade de se mexer. E porra como eu odeio ficar parado na vida.
A base de uma relação é a confiança e puta merda, a gente não confia um no outro. É muito ciúmes, muita indecisão, muito pé atrás. A gente tem prazo de validade e eu só amo se for pra vida inteira, é pra beijar e já imaginar o casamento, pé no chão é o caralho, se for pra entrar na chuva é pra se molhar, não vem com essa de sair correndo pra fugir dos pingos, me dá a mão e anda comigo. É pra molhar o cabelo, a roupa e a alma. A gente seca tudo lá em casa depois.
É isso, eu gosto de entrar na chuva é pra me encharcar. E você nunca sai de casa sem uma sombrinha na bolsa. Além de odiarem quando molham o teu cabelo. Eu sei que meus finais sempre são felizes, por isso o fim desse texto só vai provar uma coisa: o teu não vai ser comigo. Então pra que adiar o inevitável?
Bruno Amador – clique para me conhecer melhor
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