A graça é não saber o caminho pra cozinha

Deixa ele ir, essa história você já ouviu, viu, leu e viveu. Essa história você já sabe de trás pra frente, tudo começa com promessas e mais promessas, “vou melhorar”,” não sou mais aquele cara”,” você vai ver como mudei”, um coração maltratado vê um refúgio seguro nessas palavras, como um nômade cansado de perambular por aí, decide voltar a ter um endereço fixo e vai se proteger dessa tempestade acontecendo ao seu redor.

Ao voltar você sente que tem algo diferente, o cheiro é outro, tudo parece mais colorido, como se o apartamento tivesse passado por reformas e agora estivesse à seu gosto. As palavras antes de ódio, trazem doçura, adocicando seu lábios que pareciam tão amargos ultimamente. O aconchego do colo dele lembra o da sua mãe e aquele cafuné parece que seria o caminho para a paz mundial, você imagina que se aqueles líderes islâmicos malucos recebessem um cafuné desse uma vez por dia durante uma semana, bancariam a reconstrução das Torres Gêmeas.

Mas logo você percebe que a reforma não foi tão bem feita assim, as paredes começam a descascar revelando as antigas falhas na estrutura da casa. Aquele cheiro de lavanda já não existe mais, dando lugar ao antigo e já comum cheiro de naftalina que tenta conter todo o mofo que insiste em tomar conta da construção antiga.

As luzes já não parecem iluminar mais como antes, talvez seja porque comece a escurecer e o Sol que antes clareava a casa resolveu iluminar outras vidas. A noite parece eterna, o colo de mãe vira uma cama de cimento e a fechadura da porta emperrou.

As palavras doces voltam ao estado de amargura e seu lábio além de amargo, começa a ficar seco. O cafuné não começa a não ter nenhuma utilidade a não ser dar nós no seu cabelo e Deus como você odeia que deixem seu cabelo embaraçado.

Deixa ele ir, ele nem era tão legal assim, admite. Admite que você só quer um abrigo temporário, um companheiro de quarto que viaje de segunda a quinta e só apareça nos fins de semana ou naqueles dias chuvosos em que coberta e filme parecem o Santo Graal do conforto. Admite que você não quer mais aquela coisa antiga, você sabe que depois da tempestade vem o Sol. Pode admitir que você só precisa de um pouco de conforto para deixar essa casa antiga de vez, um pouco de segurança faz bem.

Não deixa esse lábio que guarda um sorriso tão modelado voltar a secar, deixa ele pra lá. Deixa ele ir, a casa dele você já conhece, nem precisa mais de ajuda pra se orientar no meio da noite quando bate aquela fome. Vem conhecer um pouco da minha, vem se perder nela, você sabe que à dois o escuro é muito mais legal. Vem, a porta para você está sempre aberta. A

Bruno Amador – clique para me conhecer melhor

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