Não foi o último

Cara eu tava puto com ela. Muito puto. Eu não queria vê-la nem pintada de ouro, mas ela me conhece. Me ligou com aquela voz suave, fez um charme e pediu com jeitinho, acabei saindo da cama às 3 da manhã pra ir buscar a bendita numa festa do outro lado da cidade. Eu não sou uma pessoa de fazer isso, eu não dou brechas, sou grosso, sou rude – ou pelo menos acho que sou, mas ela amoleceu meu coração ao falar “por favor bru, me busca aqui”, me veio à cabeça aqueles olhos verdes, os olhos dela são algum tipo de castigo divino feito especialmente pra mim. Eu não posso dizer “não” à eles, isso sem se falar nos lábios dela, a boca dela é o desenho perfeito pra minha.

No caminho até a festa pensei em voltar umas 3 vezes, mas a foto do WhatsApp dela me impedia, você me entenderia se a visse. Ela parece uma modelo, daquelas de marca de perfume, com um sorriso meio de lado, exalando todo o seu sexy appeal pela tela do celular.

Ela é uma das poucas que podem me desdobrar do jeito que quiser, ainda bem que ela não sabe disso – na verdade não sabia, mas sem problemas, eu faço questão de que ela saiba, gosto de vê-la tentar me prender. Ela pensa que é em vão, mas você realmente acha que eu não tô totalmente na dela ? Eu sai de casa às 3 da manhã, pelo amor.

Entrou no carro trajando um shortinho, uma bota e uma jaqueta preta, a entrada dela no carro me deixou rendido. Tentei me fazer de difícil, de complicado, eu tava puto com ela porra! Mas eu simplesmente não consegui, ela ficou ali me olhando, mordendo o lábio, ela sabia como me deixar maluco e deixou. Confesso que fui bravo, resisti por longos – longuíssimos -cinco minutos. Até que a minha boca foi inevitavelmente de encontro à dela, não era a primeira vez, não seria a última.

Eu nunca consegui beija-la em um lugar bom para beijar, tipo, em um quarto. São sempre em lugares completamente escondidos e públicos, na rua, no ônibus, é complicado, porque nossos beijos produzem um fogo anormal.

Eu juro que os vidros do carro embaçaram enquanto nos beijávamos e a cena foi de filme, tirei ela do passageiro, botei ela no meu colo, sentia as suas unhas me arranhando com força a boca dela buscando meu pescoço ao mesmo tempo que beijava a minha. Era um caos, era uma confusão, era lindo. Era a nossa cara.

A deixei em casa, beijando-a de novo antes de deixa-la ir, ela saiu do carro com um sorriso no rosto e mando um beijo antes de bater o portão. Fui pra casa meio dopado, e fiquei sorrindo até me deitar. Talvez tenha acordado sorrindo.

Ela reclama que eu só converso com ela quando tô carente, uma mentira. Mas mesmo se eu falasse, seria perdoável, ela me entenderia se um dia experimentasse seu beijo. Porém como isso não é possível ainda – nunca duvide da humanidade – eu poderia ter mais alguns deles. Só pra poder descreve-lôs melhor. Você sabe como ninguém da minha habilidade em transcrever sentidos e sentimentos para uma folha de papel ou tela de computador.

Mas eu não tenho pressa. Esse não foi o primeiro e com certeza, não será o último.

Bruno Amador – clique para me conhecer melhor

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