Ela é Livre (Para ser quem quiser)

(Estou escrevendo isto de dentro de um ônibus. Perdoa a minha letra rabiscada e torta, mas ela fica desse jeito, já que não tenho muita coordenação motora).

É claro que a gente não escolhe de quem gosta. Como não escolhe quem é seu pai ou quem é sua mãe. Não escolhe o dia que nasceu, nem o dia que vai morrer. Não sabemos nada da vida e pensamos que sabemos tudo (ou pelo menos o suficiente). Na realidade, só entendemos o necessário para não se perder no caminho de volta pra casa.

Eu não saberia dizer porque, mas das poucas coisas que sei desse mundo, uma delas é que deixar você ir, no fim, me fez bem. Por algum motivo, eu entendi seu lugar e aonde você pertencia, antes mesmo de saber o meu próprio (o qual ainda tô procurando).

Não adiantava insistir, por mais que fosse perfeito. A gente era como duas almas separadas no nascimento. Mesmos gostos, mesmas intrigas, mesmo jeito babaca e despretencioso de levar a vida, sem pensar nas consequências de atos pequenos, que as pessoas normalmente insistem em aumentar para fazer um draminha. Éramos como um dueto que cantava para que todo tipo de plateia ouvisse. E mesmo que não gostassem da música que saía da nossa harmonia, entendiam que a gente era feliz assim e acabavam ficando pra ver. Uma dança sem fim, que se estendia por risadas e mais risadas, sem intenção de ser séria.

Aí a fase de ilusões passa. A gente não consegue sustentar isso por muito tempo, e só quem é forte de verdade sabe como passar por cima de tudo isso. Chega um momento em que a tensão pode tomar lugar no banquinho da risada. As brigas acabam chegando pela porta da frente sem nem mesmo tocar a campainha e as lágrimas rolam mais que a água que cai de uma torneira aberta a noite toda.

Tudo é feito de altos e baixos, e a gente se desentendeu nos baixos da vida. Sem instrumentos musicais ou trocadilhos desse tipo. Nos momentos de tristeza mesmo. Onde eu tava precisando ou você queria um abraço. Onde eu fiquei feliz por coisas que poderiam vir a te deixar magoada. Nosso defeito era a tristeza do outro. Nossa principal qualidade era viver na alegria juntos.

E essa alegria que eu quero pra mim. Não quero que tudo acabe cedo desse jeito. São pessoas assim que devemos levar pra vida, independente se deu certo ou não. Porque eu te imagino rodando na chuva, feliz, olhando pro alto, numa noite gelada. Te vejo em câmera lenta e entendo que tenho que te deixar ser livre pra ser o que quiser, quando quiser e com quem quiser. Se te faz feliz, que você vá com tudo buscar. A sua felicidade me alegra mais do que te ver tão ruim como já vi. E se isso não for comigo, que seja com outra pessoa. Mas, é horrível saber que a alegria da sua vida tá descontente.

Você é espontânea demais pra se prender no óbvio da vida.

 

Lucas Fiorentino – clique para me conhecer melhor.

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