Ela é inverno

Nunca foi de falar muito, quietinha, na dela, suas palavras são precisas. Às vezes ela chegava até a ser fria e poucos conseguem apreciar o seu jeito, alguns apenas a suportam, não são muito chegados nesse tipo de pessoa,. Mas ela conserva um grupo fiel e crescente de caras apaixonados, ela não sabe da existência deles e nem gostaria, ela é tímida e não sabe lidar muito com essa coisa de atenção.

Ela causa arrepios, principalmente se começa a sussurrar ao pé do teu ouvido, sua voz entra como brisa, mas não demora até derrubar cada sinapse dos teus neurônios, te deixando completamente bobo. Ela é assim, chega como brisa e vira furacão, seus ventos arrastam massas de ar polares, sua beleza vem de longe, reúne características nórdicas, sulistas com uma pitada africana, afinal ela pode até ser inverno, mas ainda é brasileira.

Se cria na noite, de dia ela se esconde dentro do seu quarto, gosta de um carinho para pôr um pouco de calor dentro daquele coração, prefere abraços aos apertos de mão e embora nunca admita, ama um cafuné. Não gosta muito de cerveja. Seu clima combina mais com vodka e vinho, se o vinho vier acompanhado por fondue é melhor ainda, a vodka pode vir acompanhada por algum suco, energético adocica muito e ela gosta da amarguez da bebida, assim ela não esquece que o que mexe com a cabeça é amargo, o que afeta o coração é doce.

Suas roupas cobrem boa parte do corpo, deixando de fora aquele rosto de pele macia e de vez quando as pernas finas. Gosta de usar saias e sapatilhas, não se chega muito em saltos é difícil se equilibrar em cima deles e ela tem medo de cair, tem medo de se machucar, até por isso não é muito de se envolver. Só se entrega a quem aguenta as semanas iniciais, aos que tem resistência alta.

Não é de fazer tempestades em copos d’água,ela é sucinta em seus argumentos e tentar usar a razão, embora a gente saiba que ela não consegue deixar o coração de lado, ela é fria, mas não é de gelo. Se derrete com chocolate quente e café na cama, com beijo na testa e mordida no lábio, com filhotes, filhotes são seu ponto fraco.

Gosta de chá, sopas, coisas quentes, para esquentar o frio que cerca seu ser. Seu perfume é sereno, não achei definição melhor, é algo como o cheiro do orvalho das manhãs de inverno, é a brisa que vem fechando as tardes de julho, seu perfume é “inadjetivado”, fui obrigado a criar uma expressão nova para ele. Os seus cabelos são finos e balançam no menor sinal de vento, seus lábios são grossos e sua expressão é marcante e suave ao mesmo tempo. Seu pescoço pede beijo, seus olhos são um perdição.

Seu beijo provoca resfriados, baixa a imunidade se for consumido com frequência, por isso os seus abraços se tornam necessários. Os beijos devem ser acompanhados por uma camada bem grossa de cobertores. Séries e filmes reforçam a prevenção ao resfriado. Ela é fria na chegada e quente na partida, sua saída é triunfal. Fica rosada quando tira a roupa e tenta se esconder embaixo do edredom, mas não resiste aos beijos na nuca, o calor aumenta e as cores voltam a aparecer no seu rosto e corpo, algumas marcas vermelhas nas costas e coxas se manifestam e aos poucos, ela vai virando primavera.

Bruno Amador – clique para me conhecer melhor

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