Ela é domingo

Ela acorda com a famosa cara de ressaca. São meio dia e meia. O sol bate na janela trazendo toda a claridade possível pra dentro do quarto, fritando os olhinhos pequenos e lembrando-a que tá na hora de levantar pra fazer alguma coisa. A sede é absurda, a vontade de se hidratar bateu.

Ela é o que se espera de um domingo normal. Um sossego seguido do famoso desespero de que a segunda vai chegar. Ela é repouso pra quem ainda não descansou a cabeça durante toda a semana, e é a recompensa de quem passou essa mesma semana ocupado com coisas do cotidiano na mente.

A verdade é que você não vai conseguir superá-la. Quando chega a hora de ir embora, na verdade não está. Qualquer convite pra ficar mais um pouco é um belo de um convite, e mais um pretexto pra ficar mais um pouquinho ao lado dela, mesmo que seja só pra jogar conversa fora.

Ela é aquele café da tarde elegante, que não se demora a ser feito, mas que é tão quente que você tem que aproveitar aos poucos. Ela é o cochilo de dez minutos, que se faz necessário depois de tanto cansaço, e que pode acontecer até mesmo num sofá, e mesmo assim parece tão aconchegante.

Ela é perfeita como um jogo no Maracanã, não importa quem estiver jogando. A torcida vibrando faz você lembrar que sempre torceu pra que desse certo entre você e ela.

Ela é a falta do que fazer também. Aquele pequeno tédio que aparece quando não temos ideia do que deve acontecer nos próximos minutos. Será uma surpresa? Será algo comum? Não sei também, mas ela vai fazer de tudo pra que você não continue assim, mesmo que isso seja necessário de vez em quando.

Quando a noite vai caindo, você não sabe o que fazer. Você tenta tirar da cabeça que o dia tá indo embora, se distrai com outras coisas, mas nem mesmo isso funciona. Você sabe que é inevitável e que, mais cedo ou mais tarde terá que encarar o fato de que é impossível viver a vida toda num domingo. Se todos os dias fossem domingos, ela seria a companhia perfeita, a pessoa que faz o dia acontecer.

E vai passando, a noite chegando, tudo se acabando. Você entende que o desespero de chegar a segunda só contribui mais ainda pro fato de que você não quer que ela vá embora. Ela é o sossego e a paz pro teu coração.

Ela é um domingo, aquele de ressaca, que você olha pro nada e consegue entender que valeu a pena. Ela é a parte mais legal da semana, o melhor dia, a serenidade de quem vai sempre estar ali no final por você.

Lucas Fiorentino – clique para me conhecer melhor.

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