Não vou começar dizendo que ela nunca encontrou o cara certo, pelo contrário, em tão pouca idade conheceu tantos bons que poderiam lhe dar um futuro concreto e garantido.. Mas sempre tem aquele mas. Ela tentou andar na linha, conheceu o Fernando. Fernando só tinha olhos para ela, mandava mensagem de bom dia e o assunto só terminava na hora de dizer boa noite, morria de ciúmes daqueles olhos verdes mais parecidos com uma bolinha de gude, mas ela não se contentou, não se importava com o ciúmes, seus olhos não teriam donos. Deixou Fernando, de certa forma feriu o coração dele como tantos outros feriram o dela uma vez.
Ela resolveu dar um espaço de tempo, e conheceu outro cara, Pablo. Pablo estava a um pé da perfeição, sempre a encantava com as mais lindas poesias, textos e até letras de música. Tinha criação de um príncipe mas ela não estava nem perto de ser a sua princesa. Mas quem percebeu isso foi Pablo, com muita dor no coração a deixou antes que fosse deixado.
Ela não sofreu, pelo contrário buscou ainda mais, foi insistente.. Seu coração ainda que pequeno, tinha um espaço grande para buscar o amor. Mas com tantos erros ela foi se cansando, e resolveu dar chances ao tal do amor moderno. Batia o pé no chão e dizia que não estava disposta a cair nessa de amor. Era cilada.
Conheceu então Júlio. Ele não digitava mais de 120 caracteres, tinha mais atitudes que palavras, não dizia o que ela gostava de escutar mas ela se encantava. Júlio aparecia quando convinha, não era nada presente. Ela entendeu, ele devia ser como ela, devia temer o amor. Mas ela queria mais dele, queria completar o espaço vazio que ele guardava em seu coração.
Ela finalmente entendeu que as coisas que vêm fácil, não fazem o menor sentido. Não era paixão, não era amor. Ela vivia os poucos momentos com ele como se fossem os últimos, afinal, ele era imprevisível, não lhe garantia certeza. No começo ela gostava, não tinha que dar satisfação a ninguém, podia continuar conversando com outras pessoas e ainda assim ter Júlio nos outros dias.
Quando menos percebeu, estava apaixonada, entendeu a palavra gostar. Mas não podia exigir nada dele, ele estava na mesma situação que ela, mas não a tinha como paixão, a tratava como passatempo. O coração dela doeu, ela prometeu se afastar dessa condição, mas não conseguia. Recordou-se de Fernando, de Pablo e lembrou como era bom sentir-se única, não se arrependeu mas sabia o que procurar dessa vez.
Mas ela não foi procurar em outros corações, ela resolveu insistir como na primeira vez. Acreditou que para ser amor não precisava ter ciúmes em exagero, bastava querer o bem, cuidar e ser cuidada, e ela queria isso, queria acreditar novamente no amor e acreditou que ele podia conseguir também.
Seria um investimento incerto, mas ela se apaixonou pelas suas incertezas. Ela era inconstância, ele passageiro. Um dia se encaixam.
Luiza Horiy
mais um texto incrível!!!!
CurtirCurtir
Meu coração fica tão apertado, quando leio cada texto desse blog…
Ótimo texto…
CurtirCurtir
Obrigadoooo
CurtirCurtir