“Eu quero a sorte de um amor tranquilo com sabor de fruta mordida”. Mesmo tendo nascido sete anos após a morte de Cazuza sou grande fã de sua poesia. Fui apresentada a ela ainda criança, meu pai colecionava discos do Barão Vermelho e do próprio Cazuza. Contudo mesmo o admirando tanto sempre considerei essa frase um tédio só. Amor tranquilo? Vindo logo de você que se descreveu como “Exagerado, jogado aos seus pés”, que traição! Como assim tranquilo?
O amor que eu quero é devastador, rasga o peito de paixão, e arde o estômago de ansiedade. O amor que eu almejava era desses espalhafatosos como os clipes exibidos na Mtv, ansiava por uma paixão que me salvasse do abismo com a mesma intensidade que impulsionava a pular dele. Um amor como do Chris Isaak em Wicked game, que me desse a garantia de paixão, salvação e a certeza de um futuro coração partido para só assim saber que amei de verdade.
Mas quão equivocada eu estava. Queria saber quem foi que disse que para ser amor de verdade é preciso causar tanta balbúrdia. A mídia talvez? Afinal os filmes estão recheados de casais turbulentos que ao mesmo tempo que se amam vivem repelindo um ao outro. Eu podia culpar também as musicas com suas letras que enaltecem alguém que nos faz sofrer, alguém que desperta esse sentimento insano que desarruma toda sua vida. Não nego que quando a paixão chega há uma confusão, nosso corpo estranha toda aquela afeição e a partir dali começamos a agir de um jeito mais maluco. Contudo penso que as relações não precisam ser um campo de batalha. De inicio pode ate ser emocionante brigar tanto com alguém e ainda assim continuar apegado a tal pessoa, mas não é só de amor que um casal precisa, uma vez li que a única coisa necessária para começar um namoro é paixão, no entanto é preciso muito mais para mantê-lo. A verdade é que toda dor e angustia que a falta de amor causa só é bonito nos filmes, bom para os escritores ganharem mais repertório e os músicos composições. Na vida real causa rancor, e um desgaste emocional que motiva o fim de convivências cheias de potencial para serem incríveis.
Mais uma vez Cazuza teve razão. Amor tem que ser colo para carência da segunda nublada, disposição para as noites que ritalina não for o suficiente para acalmar minha mente agitada, insônia para inúmeras baladas que temos que conhecer em São Paulo, aconchego para deitar a cabeça no ombro ao voltar as 5:15 da manhã no Term. Bandeira, que seja o frio na barriga que é descer uma ladeira de skate e a doçura de assistir um filme no domingo a tarde. Fica decidido! Que o tormento dos amores seja pouco e sobreviva dentro da arte afim de nos emocionar. Pois o amor real que eu quero, tem que ter aquele sabor doce que só uma fruta mordida tem.
Manoela Amaral – clique para me conhecer melhor
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Um sonho de amor ❤️
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