Me chamem de louco

Mas eu quero me apaixonar. Hoje meu cachorro me tirou da cama, como ele faz com certa frequência, cheirando meu ouvido pedindo para ir na rua, saí da cama meio cambaleando, botei uma roupa e desci. Durante essas caminhadas com o Chico eu sempre tiro um tempo para pensar nas coisas e sei lá, senti uma vontade de me apaixonar. Não é uma vontade que eu sinto com frequência, normalmente as pessoas primeiro conhecem depois apaixonam, mas eu, com essa minha mania de ser esquisito, quis inverter a situação. Enquanto todos berram ao mundo que não querem se apaixonar, que estão felizes sozinhos, eu resolvi admitir, bem baixinho, só pra quem importa ouvir. Eu quero me apaixonar.

Uma paixão que não caiba no meu corpo e seja transmitida em olhares e sorrisos bobos, que colore os dias, deixando a realidade meio instafake, cheia de efeitos e cores, eu quero uma paixão daquelas que deixe a pessoa com vergonha, não aquela vergonha de quando você paga mico, mas aquela gostosa, como quando você recebe um elogio, sem mais nem menos, ao pé do ouvido. Quero que seja uma daquelas paixões que todos saibam que eu estou apaixonado só pelo jeito que eu falo dela, dando um jeito de encaixar o seu nome em todas as frases possíveis.

Quero beijos apaixonados, daqueles que aquecem a alma e o coração, quero arrepios na espinha que só uma unha muito bem cravejada pode causar, quero escrever e ser escrito, quero uma companhia para os dias chuvosos e uma co-pilota para me guiar pela estrada, seja para a praia ou campo, quero alguém que escolha a música enquanto eu dirijo e que acerte em cheio meu gosto musical. Algo que não é difícil se você conhecer o meu quarto antes, meus quadros na parede dizem muito sobre mim.

Quero amanhecer com uns fios de cabelo no rosto e um outro corpo entrelaçado ao meu na cama, quero pôr meu corpo pra fora da coberta porque embaixo dela ficou quente demais, sujarei toda a louça no café e deixarei para ela limpar e ao abraçá-la por trás irei molhar toda a sua blusa –  que provavelmente será minha – ela irá fingir que ficou brava, mas será calada aos meus beijos. Eu quero essa cena pelo menos uma vez por semana.

Quero uma paixão com todas as complicações que ela pode trazer, DRs, um pouquinho de ciumes, ser obrigado a ver comédias-românticas no cinema, TPM – estou aceitando até TPM, tamanha a vontade. Quero uma paixão que seja feita nos detalhes, não nas grandezas, as declarações gigantescas nas redes sociais podem ser facilmente trocadas pelos sorrisos juntos, os presentes caros podem ser trocados por cartas feitas a mão (eu digitarei). Quero uma paixão com exageros em bares, baladas e cobertas, quero a sorte de um amor tranquilo com sabor de shot de vodka. Desce queimando e nos deixa desnorteados.

Eu só cansei, cansei de ter que entender as pessoas, saber do que gostam, o que fazem, cansei de ter que entender que aquela indireta foi para mim e ter que procurar nas entrelinhas o que a pessoa realmente quis dizer naquela frase, cansei de me frustrar, acho que todo mundo tem esse momento. Eu só quero alguém que me entenda e me aceite, assim do jeito que eu sou: inconstante, convencido, chato, grosso e cheio de vontade de provar, que mesmo com todos esses defeitos, ainda posso lhe fazer feliz.

Bruno Amador – clique para me conhecer melhor

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