Bom dia pequena, você provavelmente deve estar se perguntando como parou na minha cama, na verdade você deve estar se perguntando o que houve ontem a noite. Irei te dar um breve resumo, mas antes recomendo que você tome esse copo d’água e o engov que estão na cabeceira da cama. Tem uma toalha em cima da minha bancada, se quiser tomar banho sinta-se à vontade, não esquece que o quente é o da esquerda! Pegue uma camiseta minha se precisar, você sabe aonde elas ficam.
Agora vamos ao dia de ontem. Fomos na casa de um amigo nosso, como você deve se lembrar, estávamos em doze pessoas, nada com muita gente, cada um levou sua bebida e óbvio que tinha bebida pra cacete. Meio acanhada como sempre, você não se aventurou muito no início, ficou no cantinho por conhecer poucas pessoas, mas as garotas fizeram você se soltar. Quando te olhei você estava em cima do sofá apontando pra mim com “Aquele 1%” tocando ao fundo, eu devia ter filmado para usar contra você em algum momento futuro, mas no calor do momento me esqueci.
Logo na sequência você tomou um tombo lindo, o encosto do sofá foi para trás e você foi junto. Isso explica os seus roxos espalhados pelo corpo – não venha me acusar de mordidas. A queda aconteceu em câmera lenta, você tentava se reequilibrar e lutava para não derrubar o copo, até que suas pernas foram pra frente, seu corpo pra trás e toda a caipirinha caiu do seu lado, algumas gotas caíram na sua blusa (por isso as manchas vermelhas). Todos pararam o que estavam fazendo para te ver estatelada no chão.
Eu imaginei que você iria ficar deitada se remoendo de dor por um tempo, mas ao contrário da minha convicção, você começou a rir igual uma idiota, levando todos a rirem juntos. Se levantou e me abraçou, na verdade você queria se apoiar em mim, mas vamos fingir que eu acreditei no abraço. “Dói” você disse, te levei até a cozinha para pegar um pouco de gelo e fiquei um tempo lá contigo.
Não sei o santo que baixa em você quando bebe, mas em dez minutos você estava de volta toda serelepe, se eu tivesse levado o seu tombo iria ficar deitado no sofá o resto da noite inteira, já fico assim sem me machucar, imagina machucado… Voltou para cantar All The Single Ladies, esfregando a mão na minha cara cada vez que a Beyoncé falava para eu por um anel na sua mão, todos riram de mim, insinuando que eu estava fugindo do compromisso. Como sempre quando me encontro ao seu lado, fiquei com cara de idiota. Fico grato por isso. E já aviso que terá volta.
Sua animação acabou lá pelas 4, você me viu sentado no sofá, sentou ao meu lado e encostou no meu ombro como quem não quer nada, pouco tempo depois você já estava dormindo. Falei que devíamos ir para a casa, você estendeu os braços para a frente e soltou um “me carrega”, olhei bem pro seu rosto e sai andando, garota abusada. Ao não ouvir os seus passos me seguindo olhei pra trás e vi que você estava na mesma posição me esperando, soltei um sorriso, te xinguei e te peguei no colo. Meus amigos riram e falaram “hoje tem ein”, mal eles sabem que quando você fica assim o máximo que eu ganho é você roncando. Te carreguei até o carro na chuva, isso foi fácil. Complicado foi ter que subir as escadas do prédio com você de cavalinho. E se você estiver se perguntando, não, ainda não arrumaram os elevadores.
Te botei na cama e ouvi você reclamando “frio”, quando você bebe a sua comunicação se limita a palavras objetivas que expressem a sua condição no momento, acho divertidíssimo. Peguei um edredom e coloquei sob você, fui tomar banho e senti seu corpo se envolvendo ao meu quando me deitei, “sono” você disse, mexi no seu cabelo e disse para você dormir.
Estou te esperando na cozinha, não aguentava mais ficar deitado. Se você quiser saber porque eu escrevi isso ao invés de simplesmente falar a resposta é simples. Eu não poderia postar aqui se tivesse falado. Além de que assim fica muito mais fofo, não acha?
Bruno Amador – clique para me conhecer melhor
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