Saiu de casa animado
Era manhã, o sol fluía
Enchia cada canto do telhado
Prova que o dia seria do tamanho de sua alegria
O pierrô apaixonado
Pegou busão, trem, metrô
Foi parar na sede do consulado
pra requerer o seu amor
Documento fechado
Não podia perder por nada
Ali, um segredo embriagado
De loucura tamanha declarada
Folião, costumeiro encrencado
Andou na multidão sem ter um rumo
Pulando, exibindo o penteado
De rosas perucas e charutos sem fumo
Ao longe, o trio energizado
Microfones ecoando a voz do samba
Parte de tudo que é contado
É a mesma parte que cai da corda bamba
Histórias de carnaval ao agrado
Ao longe, sempre que quiser
A velha guarda conta o cavaco calado
Da eterna história de uma mulher
Começava o conto bagunçado
Como a muvuca de bloquinho em fevereiro
O pierrô, mais que apropriado
Vivia daquilo durante o ano inteiro
Vivia de amor, e o amor ali se viu tratado
Tamanha a beleza de sua colombina
Descobrir seu nome, tal como registrado
Passou a virar sua sina
E trombando em todos, acabado
Correu sem pensar duas vezes
A manha de viver ao seu lado
É um beijo na Rua dos Menezes
E ao se ver ajoelhado
Diante do love love da colombina
Pierrô de rosto amarelado
Sentiu no sangue sua adrenalina
Ela subiu por seu corpo aluado
Ao som do enredo vencedor
E seus olhos ficaram algemados
Na beleza dela e esplendor
Ele a chamou pra dançar, acanhado
Ela aceitou, toda singela
Ele começou seu passo desastrado
Ela constatou uma beijadela
O bloco ficou mais delicado
A rua, com mais nitidez
E mesmo qualquer passante desavisado
Via nesse beijo, aquela lucidez
E Pierrô descobriu ter provado
O amor que todos dizem não precisar de um aval
Amor desprivado, que deixa recado
Aquele amor de Carnaval
Lucas Fiorentino – clique para me conhecer melhor.
Curta nossa página !