Pois é, não era o último, após alguma insistência ela liberou a continuação da história, então vamos lá.
Passaram-se dois meses desde o último texto escrito, continuamos praticamente na mesma, ela vive na minha casa e vice-versa começamos a dar nossas escapadas para a minha chácara aproveitando que ambos estamos de férias(aguardem textos sobre). Mais tarde iremos à uma festa da minha faculdade, por um pouco de álcool nessa relação que gosta tanto de ficar incandescente.
Apesar de eu falar que vai ser em um lugar aberto e que provavelmente vai chover a dondoca insistiu em ir de sapato, óbvio que eu assaltei o armário dela e peguei um tênis para deixar no carro já prevendo a lama que o lugar ficaria. Ela nem demorou tanto para se arrumar, a festa começou às 22, chegamos às 23, nada mal.
Assim que chegamos já avistamos meus amigos da faculdade, todos nos cumprimentaram sem perder claro a chance de tirar uma com a minha cara, todos começaram a apertar o pescoço como se eles tivessem uma coleira apertando-os. Eu ri de volta e disse que não tinha muito o que fazer, aconteceu. Na verdade, acontecemos.
Entre um copo e outro começa-se a ouvir a bateria da faculdade, se você faz ou fez faculdade sabe o caos que é quando a bateria entra na festa, copos começam a voar, todo mundo começa a cantar e pular, o cheiro de cerveja após a festa é garantido nesse momento. A chuva estava começando a cair e todos continuavam lá berrando, pulando e bebendo, ela estava encharcada de cerveja, mas não parecia ligar, já tinha posto o tênis que eu tinha levado.
Ela toda ensopada me abraçou, me beijou e começou a fazer planos de fazer a mesma universidade que eu, para podermos no ver, falou que queria ter um cachorro e dois gatos, dois ou três filhos, que queria morar fora, papo de bêbada sabe? Eu concordava e ria com ela, minhas amigas sempre falavam que isso era uma das coisas mais bonitas em nós dois, estávamos sempre rindo.
No decorrer da festa a chuva alagou tudo, todos ficaram encharcados, mas ninguém parecia ligar, era fim de semestre cacete! Ela dançava e eu de longe a observava, conversava com o pessoal, passaria dois meses sem vê-los. Vi um cara se aproximar dela e meus amigos já começaram a se mexer querendo intervir, eu disse para eles se acalmarem. Ela ouviu o que o cara tinha a dizer, deu um tapinha nas costas dele e apontou para mim, ele fez sinal de quem entendia e saiu andando, confiava nela assim como ela é mim.
Logo depois ela começou a vir dançando para a minha direção, meio que me chamando para ir até ela, fui me remexendo igual um idiota (de novo) e a puxei pela cintura, ficamos conversando até eu notar que já estava escuro, eram nove da noite. Ao notar isso disse que era melhor irmos para a casa, evitar blitz da lei seca e alagamentos, eu não estava bêbado, mas o bafômetro diria o contrário.
Com uma cara meio triste ela concordou, já havia tocado sertanejo e eletrônica, mas ela queria é se acabar no funk. Ela tem isso, gosta de todos os tipos musicais, mas sempre diz que cada um tem seu momento. Nos despedimos de todos e fomos até o carro, enfrentando a lama pelo caminho. Assim que entramos no carro, ela tirou o tênis e jogou no porta malas, sujando todo o teto de lama, eu ignorei, teria que lavar o carro no dia seguinte mesmo, ligou o aquecedor, pegou uma blusa minha e em questão de segundos ela estava dormindo, tive que carrega-lá até o quarto ao chegarmos em casa.
Sussurrando no seu ouvido a acordei e disse para ela ir tomar banho e depois dormir. Fiquei deitado na cama a esperando enquanto ela ia cambaleando até o banheiro, tomou banho e voltou só de toalha para o quarto, pegou uma camiseta qualquer minha, botou, tirou a toalha e deitou na cama roubando toda a coberta para ela, a agarrei e ela me deu um beijo, virou para a frente e me desejou boa noite, iria reclamar da coberta, mas me derreti por ela e só disse: “Boa noite, até amanhã magrela”.
Esse é o décimo primeiro texto de uma série de contos postada todo domingo chamada Nossa História (clique para ler os anteriores).
Bruno Amador – clique para me conhecer melhor
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