Tudo o que queremos é um momento pra falar tudo o que pensamos. Mas, parece que esse momento só existe em filme. Como eu queria que estivéssemos naquele fim de tarde na praia, olhando um pôr-do-sol muito laranja mesmo, sozinhos. Sem pressa e nem pressão do tempo. Nossos amigos ao longe, dando todo o espaço pra que a gente pudesse se entender.
A gente sabe que atitude é importante, mas com todo mundo olhando eu não consigo dizer como me faz bem a sua companhia. Como aquela toalha enrolada na sua cintura parece ter sido feita pra encaixar em você e como nossos corpos dançam em sintonia a qualquer momento do dia.
Qual a graça de tentar dizer na frente de todos e acabar esquecendo de alguma parte importante? Melhor deixar pra depois, e fazer desse o melhor momento possível.
Só que esse momento, ele tá demorando. Quando você vai perceber que aquele toquinho no cotovelo é um chamado pro canto? Aquele olhar de lado, saindo do cômodo, é um convite pra você vir comigo ser feliz? Algumas palavras e tá tudo certo. Isso não é coisa que se fala por mensagem, nem ferrando que eu vou fazer isso.
Ainda que eu fizesse, perderia parte da graça. A parte em que eu tento falar o mais perfeitamente possível, gaguejo, estranho a sua reação à alguma palavra minha. E a parte em que você sorriria olhando pra mim, essa é a mais legal de todas.
Não dá pra mandar por mensagem mesmo. Preciso te dizer que preciso te dizer que eu te quero. Mas tempo que não passa esse, né?
Onde eu deixei meu relógio? Deito na cama e olho pra cima, pensando em como vai ser na próxima vez que a gente se encontrar. Se eu falar com meus amigos pra eles arranjarem um tempo sozinho com você, fica muito arranjado, muito sem graça assim também. Cadê a parte do acaso? Essa parte tem que tá dentro também.
Complicado demais tomar decisões assim. Por enquanto eu acho mais fácil esperar. Esse momento chega pra todo mundo, não é?
Lucas Fiorentino – clique para me conhecer melhor !
Um Quarto De Palavras 