O problema é destilado

Na verdade não sei bem se o problema é deste ou daquele lado, tá mais pra ambos, porque eu juro que nós somos um casal de amigos normal, tô falando sério,até porque se fossemos algo além disso, nos mataríamos, mas a coisa complica quando vem um destilado entre a gente, no primeiro copo ela já fica mais alegre e começa a se encostar em mim, no segundo copo a minha mão já está na coxa dela, no meio do terceiro as mãos estão dadas, quando o terceiro acaba, é quase que inevitável o encontro das bocas, não é uma questão de afeto, amor ou qualquer coisa do gênero, é simplesmente vontade, eu tô ali, ela tá ali, por que não?

Ela não é uma mulher para se dizer não, se você a visse, entenderia, ela é um absurdo, uma morena, alta e encorpada, malha horas a fio e ainda acha tempo pra exercitar o intelecto, inteligente ao extremo, mas nem por isso paga de intelectual, a real é que ela tem corpo de 21 e mentalidade de 10, sem brincadeira ela ri de umas coisas totalmente sem noção. Ambos somos pessoas de difícil convivência, eu admito que sou muito chato às vezes, talvez seja por isso que ela consiga me suportar, nossa chatice se anula e a convivência é em boa parte pacífica, as vezes sobra uma grosseria pra cá, outra pra lá, nada que uma conversa rápida não resolva.

Eu lembro da primeira vez que descobrimos o problema do destilado, ela me chamou para ir no bar com uma amiga, eu topei, não a via fazia tempo e não tinha nada para fazer no dia, algo raro já que na época eu estava bem “ocupado”, não passou em nenhum momento na minha cabeça que algo poderia acontecer, já tinha tentado algo haviam alguns meses e eu fui posto sem piedade naquela temida friendzone, não liguei, não fez muita diferença. Porém eu não poderia ter beijado ela, por motivos que não devem vir à tona aqui, mas ela começou a beber, começou a se encostar e eu comecei a ficar preocupado, resisti a uma tentativa de selinho, resisti de novo a uma outra, mas na terceira eu já estava meio amolecido, e aí virou história.

O fato em nada mudou nossa amizade, na verdade nos aproximou, não ao ponto de criar algum sentimento, nos aproximou como amigos mesmo, a segunda vez teve uma história muito parecida com a da primeira a diferença é que dessa vez eu nem tentei resistir, na verdade eu tomei a iniciativa, ela estava lá toda falante e etílica eu estava lá acabando a terceira caipirinha e eu já disse o que acontece no terceiro copo, sem nem pensar duas vezes, a calei e fomos um calando o outro até entrarmos no carro.

Quem lê essa história deve pensar “ah, mas só quando vocês bebem? Duvido”, pois acredite, é horrível tentar algo com ela sóbria, ela enrola, enrola, enrola, ela faz tanto doce que você corre o risco de morrer de diabetes antes de conseguir um beijo dela e eu nunca fui uma pessoa muito paciente pra esse tipo de coisa, sóbrios somos amigos normais, ela vive tentando me empurrar uma amiga dela e eu apresento os amigos, o problema é destilado, a solidão bate, o álcool entra e as vezes esse tipo de coisa sai.

Esse fim de semana irei beber cerveja, ela vodka, irei descobrir se o problema se estende aos fermentados…

Bruno Amador – clique para me conhecer melhor

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