Pra te situar se passaram seis semanas desde o primeiro texto, nesse meio tempo ela teve uma semana de provas, depois eu tive duas semanas de provas, não nos vimos muito durante esse tempo, depois nos encontramos, saímos, mas nada muito importante para ser escrito, essa semana estava bem normal até eu ter essa ideia de leva-lá para viajar comigo.
E lá fui eu com ela atrás de um vestido, rodamos sete lojas e ela não gostou de nenhum, até que em um ato de misericórdia ela disse que depois acharia algo com a sua mãe, uma felicidade tomou conta de mim, fiquei tão feliz que a levei para jantar no japonês que ela vinha me pedindo há duas semanas para irmos. Ela vai no japonês, mas não gosta de temaki e tudo que tem alga, mais para mim.
No dia seguinte peguei o carro para ir até a faculdade e durante a aula recebi uma mensagem dela “achei o vestido!”, minha primeira reação foi pensar comigo mesmo “essa menina devia tá na aula cacete “, então respondi ignorando totalmente a mensagem dela e perguntando porque ela não tinha ido à aula, péssima decisão Bruno, péssima decisão, eu ignorar o fato dela ter achado o vestido que tanto procurara rendeu uma senhora ignorada no whatsapp que eu só fui entender duas horas depois quando vi que ela ainda não tinha me respondido.
Pedi uma foto e o vestido era absurdamente bonito, pedi outra foto, dessa vez dela usando ele, ela disse que não, seria surpresa e eu só poderia vê-lo horas antes do casamento, até parece que ela é a noiva falando o assim né? Mas ela é assim, adora uma surpresa, ver o brilho nos meus olhos, eu também sou assim, fazer o que, nós somos parecidos.
Ela ainda não conhecia meus pais, só minha irmã e viu um dia a minha mãe enquanto eu saia de casa com o carro, meu pai passa a semana no Rio, se era difícil pra eu ver ele, imagine ela, mas providenciamos com certa urgência um almoço em família, dessa vez Ela teria que encarar a minha família, muito mais fácil que a dela, já que ela já havia impressionado minha mãe com a beleza e já era amiga da minha irmã, meu pai com toda certeza iria ser encantar pelo seu sorriso.
Minha mãe me obrigou a arrumar todo meu quarto no dia em que ela viria almoçar, como se ela não estivesse acostumada com a minha bagunça, mas pedido de mãe é ordem né? Arrumei tudo e fiquei atento ao celular enquanto via série esperando ela pedir para eu busca-lá.
No elevador ela soltou um suspiro e disse estar nervosa, eu ri e disse que ela deveria estar mesmo, disse à ela que meu pai era um saco, um grosso, Ela deveria dirigir-se à ele como senhor e nada de nomes, Ela inocentemente comprou a história. “olá senhor, disse ela de cabeça baixa” meu pai estranhou, mas a cumprimentou com simpatia, ela sentou à mesa e ficava medindo seus cotovelos, jamais colocaria os cotovelos sob a mesa, uma dama.
No decorrer do almoço ela se referiu ao meu pai como senhor diversas vezes até que eu não me aguentei e comecei a rir, contei à ela que meu pai era super desencanado e com toda certeza iria gostar dela, sem entender muito todos na mesa se olharam, até que eu contei o que havia dito. “Mas você é um filho da mãe né Bruno, coitada da menina” disse meu pai, minha mãe só pediu desculpa pelo que tinha feito e minha irmã me chamou de babaca, Ela me deu uns tapas e ficou toda sem graça, depois disso o almoço transcorreu sem grandes acidentes, além do copo que eu derrubei sob a toalha, claro.
Ela em busca de vingança, chamou no canto todos da casa, menos eu e olhando pra mim, mostrou a foto dela usando o vestido que ela usaria dali duas semanas, todos ficaram embasbacados e eu, super curioso, ela saiu andando até o meu quarto meio desfilando, pra jogar na minha cara sua vingança eu fiquei tão possesso, que resolvi encerrar esse capítulo aqui.
Esse é o sétimo texto de uma série de contos postada todo domingo chamada Nossa História (clique para ler os anteriores).
Bruno Amador – clique para me conhecer melhor
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