De volta para casa

Eu sei que faz um tempo desde a última vez que nos falamos, fui imbecil e inconsequente, talvez eu tenha falado demais quando o que eu mais deveria era ter ficado quieto, talvez eu tenha me explicado pouco quando você queria clareza, talvez eu tenha me calado quando você só queria ouvir a minha voz, “sua voz me acalma” você dizia, talvez eu tenha sido muito ríspido, quando eu precisava ter sido delicado, me recusei a te entender, me recusei a ver o que estava claro para todos, era amor que tinha ali, talvez não do mais puro, já que a única coisa pura entre nós dois era a cor dos teus olhos (teus olhos sempre tiveram essa capacidade singular de me encantar), mas com certeza era amor, um amor do tipo mais sincero.

Tão sincero quanto o nosso amor, foram nossas promessas, juramos eternidade na inocência que só a juventude pode nos proporcionar, juramos segredo, juramos confiança, juramos não quebrar nossos juramentos, mas nunca pensamos nas consequências deles, a eternidade talvez tenha sido interrompida por um adeus breve, sem muitas palavras, sucinto, talvez fomos rápidos demais, talvez éramos jovens demais, talvez não fosse pra ser, talvez não naquele momento, talvez nunca.

Tão puro quanto teus olhos, foi a saudade que tomou conta de nós dois, nos víamos em festas, beijávamos a bochecha, embora desejássemos a boca, beijávamos outras bocas, desejando as nossas. Essa saudade começou a se tornar um empecilho, ela vinha do nada, no carro, no cinema, na rua, bastava um som, um cheiro, uma imagem e pronto, lá vinha ela, resolvemos que devíamos nos afastar, as férias chegaram, você viajou, eu sumi, fui pra qualquer lugar distante daqui, dois meses longe não foram suficientes, a saudade ainda estava lá.

Resolvi que devíamos permanecer afastados, você foi pra casa, eu fui pra longe, me mudei, fui estudar fora, conheci pessoas novas e você se apaziguou dentro de mim, a distância finalmente fez o que ela deve fazer, ela nos afastou.

Um ano se passou e eu não ouvia mais de você, mas você sempre esteve viva dentro de mim, quietinha, como um vírus latente que só aparece nos momentos de fraqueza.  Meu curso acabou, eu estou voltando e trago junto comigo tudo que estava guardado, a sinceridade das nossas promessas resolveu dar as caras na pureza da saudade que há tanto tempo não aparecia, você estava no aeroporto quando desembarquei, juramos eternidade, lembra?

Talvez não somos para ser, somos opostos, talvez pelo fato de eu ser canceriano e você aquariana, talvez porque você acredite em horóscopo e eu tenha que entrar no Google para saber que os signos que “me desafiam” são Áries, Aquário e Libra, até o Google fala que não somos para ser, você sempre tão animada e festeira, eu sempre querendo ficar embaixo das cobertas vendo televisão, com toda a certeza não fomos feitos para dar certo, talvez somos muito jovens e inconsequentes e por isso a gente não liga pras possibilidades, até porque somos inocentes demais para isso.

Eu voltei e agora, irei ficar.

Bruno Amador – clique para me conhecer melhor

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