Eu te odeio

Eu quero que você saiba que eu te odeio. Provavelmente você nunca imaginou essas palavras saindo da minha boca, ou imaginou, afinal, elas seriam só mais uma entre as tantas loucuras que eu já te disse, a maior delas foi provavelmente mandar você embora. Eu te odeio, provavelmente porque eu não consigo ficar mais do que algumas horas sem o pensamento ir correndo buscar abrigo em você, ele já se acostumou a subir a minha rua, virar na primeira direita e ir embora correndo até a porta da tua casa.

Eu te odeio porque cada vez que saio à noite sou obrigado a entornar alguns bons copos de vodka pra tirar você da minha cabeça e mesmo assim, eu inevitavelmente invento de te chamar por mensagem, eu te busco em outros corpos, em outras bocas, mas quando eu chego em casa, era você que eu queria que estivesse ao meu lado e na moral? Eu odeio isso. Eu odeio ser obrigado a controlar cada nervo do meu corpo quando estou próximo de você, principalmente os meus olhos, que insistem em encarar cada centímetro da tua pele.

E cara como eu odeio os seus olhos, antes eram reflexo da pureza da tua alma, agora ilustram meu sofrimento quase que diário ao te ver passa na rua, seus olhos que antes eram minha maior benção, agora são um castigo, eu te odeio por isso.

Eu odeio a sua capacidade de permanecer longe e continuar tão perto, tão perto a ponto de eu ainda sentir o cheiro do teu xampu cada vez que eu cheiro meu travesseiro, eu desconfio que você está escondida em algum canto aqui de casa. Eu odeio a minha incapacidade de escrever sobre alguém que não seja você, eu escrevo um, dois, três textos sobre outras, até que lá vem você de novo, invadindo meu teclado e ditando as palavras no meu ouvido.

Eu te odeio. Ódio e amor andam numa linha tênue, você mesma já disse que me odiava e dois minutos depois dizia que me amava, talvez eu te odeie por isso, você não escolhe um lado da linha, mesmo ela sendo fina você conseguia se equilibrar nela e eu tentava te acompanhar, brincava nessa coisa de ódio e amor, até que um dia tropecei. Te amei. E você foi embora, continuou se equilibrando na linha, brincando de me amar, você brincou tanto que eu cheguei a acreditar e eu odeio ter acreditado. Tentei voltar, seguir na linha, mas eu já disse, a minha linha é torta, caí de novo. E de repente o amor virou ódio.

E eu odeio, odeio seu orgulho, odeio sua inteligência – por vezes maior que a minha – odeio a sua perspicácia, odeio como você é mimada e o jeito que você consegue tudo o que quer, principalmente comigo, odeio suas pernas, odeio sua boca, odeio seu cabelo, odeio sua barriga, odeio a sua mão e seu pé, eu odeio tudo que dê alguma forma me remeta à você, mas acima de tudo isso, eu odeio o tanto que eu te amo.

Bruno Amador – clique para me conhecer melhor

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