Tinha um menino, que andava com os sonhos na mão. Não guardava no bolso porque não cabiam lá. Eram tão imensos que só a sua imaginação fazia guardar. Esse menino andava na rua, brilhava feliz, cantava sem saber sequer o que era uma nota. Não sabia definição de nada. Nem precisava. Só de pensar que podia fazer o que quiser, isso já era o bastante. Alguns tentavam frear suas maluquices. “Onde já se viu, um garoto que nem esse, não para quieto”. “Onde já se viu um garoto que nem esse, vive no mundo da Lua”.”Onde já se viu um garoto que nem esse?”. Uma pergunta boba, com uma resposta óbvia: Onde não se viu esse garoto?
Eu já o conheci, você também. Somos todos futuros quebrados daquele garotinho que sonhava em sonhar mais. Quando não bastava sonhar pra ser feliz, ele sorria, porque sabia que no futuro, a gente guarda uma esperança. Fez certo? Ou o garotinho se decepcionaria com você?
Somos incríveis e invencíveis, não mais que nossos pais. Montanhas são infinitas, e sofás, montanhas menores. O simples toque no seu amigo fazia com que ele estivesse condenado a correr atrás de todos os outros, apenas pra se livrar das temíveis palavras “tá com você”. Um dia tinha 3 dias de hoje em dia dentro dele. Uma noite, era eterna. E chegar acordado até uma da manhã era uma vitória a ser contada no outro dia na escola. Os professores, presentes. Mais presentes que nós mesmos na chamada. Uma bicicleta era um possante. Um tombo de bicicleta, o fim do mundo. Aquele ralado que sarava em dias, trazia dor e arrependimento na hora do banho. E o sabão do banho, aquela alegria de soprar. Meninas davam sapinho e meninos eram uns bobos (não mudou muito com o tempo). Correr era como voar. Voar era mais possível que sonhar.
Éramos felizes e não sabíamos, diria qualquer um que já foi criança. E dá pra discordar?
Lucas Fiorentino – clique para me conhecer melhor.
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