Menina do cabelo preso

Por que logo eu ? Logo eu tão racional, tão diferente, por que você resolveu jogar seu feitiço sobre mim ? Não sei quando foi nem como foi, talvez tenha sido naquela noite que eu te vi cobrir o rosto depois de uma gargalhada, ou vai ver foi naquele almoço que você disse que não comeria batata frita porque estava de dieta, mas roubou várias do meu prato, ou melhor foi naquele dia, o do rabo de cavalo.

Me lembro como se fosse ontem da vez que te vi pela primeira vez, era uma tarde daquelas quentes de verão e você estava lá, de regata e com rabo de cavalo, confesso, prefiro cabelo solto, mas você ficou tão perfeita com aquele cabelo preso que poderia tirar uma foto e enquadrar. Me aproximei, meio sem jeito e inteiro sem esperanças, comecei a conversar com você, e por incrível que pareça, me sai bem, descobrimos amigos em comuns, trocamos telefone e fomos para casa.

Desrespeitei a sagrada regra dos três dias e te chamei a noite, não esperava a hora de te ver de novo, te chamei sair e você surpreendentemente aceitou, fomos ao bar a noite com nossos amigos, ficamos sem jeito quando eles brincavam do clima que havia entre nós, algo que não era mentira, não tirei os olhos de você a noite toda.

Logo uma semana depois do ocorrido acima, propus um cinema, nada mais sugestivo. Beijo vai, beijo vem, o filme acaba, claro que não vimos o filme, mas não joguei 24 reais no lixo (sim, sempre pago cinema), saí da sessão com a personagem principal da noite, ao menos da nossa.

Chego em casa, receoso de falar com você, espero até manhã seguinte. Acordo cedo com uma mensagem sua: “bom dia ! a noite foi ótima.” um pedido claro para repetir a dose, eu gosto de mulher assim, espontânea, que não mede muito as palavras.

Acho que eu tô começando a gostar de você, manja aquele frio na barriga ? aquele replay que temos de um momento especial sempre que fechamos os olhos ? Então, parece que a minha memória travou no momento que eu te beijo e você solta aquele seu suspiro aliviada, porque sabia que a noite iria acabar bem. Logo eu, tão forte, fiquei tão vulnerável, logo eu tão diferente, fiquei tão igual.  Às vezes me pergunto se você não é minha fraqueza, mas aí você vem com aquele seu beijo e eu esqueço de tudo.

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